A exigência é alta na missão de conduzir a seleção brasileira sub-20. A dificuldade do Sul-Americano de Rancagua, no Chile, já pôde ser vista na estreia, quando o Brasil empatou em 0 a 0 com a Colômbia. Nesta segunda-feira, às 20h30, o adversário da equipe do técnico Carlos Amadeu é a Venezuela “o Sportv transmite. É sobre os ombros dele que está a responsabilidade de voltar do Chile com o título, quebrando o jejum iniciado em 2011. Se a taça não vier, que seja pelo menos a vaga no Mundial, que será na Polônia neste ano.
Independentemente do resultado, Amadeu tenta contrariar a tendência vivida pelos antecessores. Nas três edições anteriores, o Sul-Americano foi o último torneio do treinador em questão. O saldo”demissão. Foi assim com Emerson Ávila, em 2013, com Alexandre Gallo, em 2015, e, por último, Rogério Micale, em 2017. Só Ney Franco, campeão com a geração de Neymar, durou até o Mundial, conquistado pelo Brasil.
Mas Amadeu prefere não carregar o peso de outros.
“Não dá para comparar épocas. São lideranças e situações diferentes. Ávila nem passou da primeira fase. Micale não classificou no hexagonal. Gallo ficou entre os quatro e só caiu mais à frente, antes do Mundial. Precisamos entender como funciona a cultura brasileira. Ela exige muito o primeiro lugar. Estamos na seleção, a cobrança é grande “disse o técnico, em entrevista ao Jogo Extra ainda na fase de preparação, na Granja Comary, em Teresópolis.
Por outro lado, o técnico da sub-20 e valoriza a longevidade que tem na CBF, já que acompanha a geração 2000/2001 desde o sub-17:
“Eu me considero um privilegiado porque já tenho três anos e meio. Saí de uma categoria, mesmo sem conquistar título mundial, e fui para outra. Isso sinaliza uma mudança de comportamento.
No campo, Amadeu tenta compensar a diferença no tempo de preparação que teve para o Mundial sub-17.
– Quero muito trabalho de construção de posse de bola. O que falta a esse time é o entrosamento quando temos a bola. Não tivemos o tempo que tivemos com a sub-17 para construir isso. Ficou nítido nos amistosos. Falta um entrosamento de controle e de perde-pressiona de forma agressiva – analisou.
Vetados
Fato comum aos técnicos brasileiros em Sul-Americanos é a dificuldade para contar com a força máxima da geração. Entre os que poderiam estar no Chile e não foram liberados, Vinícius Júnior e Paulinho são os principais. Ambos estiveram nos amistosos preparatórios. Assim, há uma perda de entrosamento, já que a CBF só “desistiu”deles na reta final.
“Os clubes não liberaram. A negociação vinha lá de trás e foi esgotada até o último minuto “disse um conformado Amadeu.
Por outro lado, a lista atual tem alta representatividade de Palmeiras (5), São Paulo (4) e Flamengo (3).
“Se for olhar o histórico, esses três clubes estão colocando muita gente na sub-15, na sub-17. Quando você vê o histórico nas competições e no processo de seleção, estão com muita qualidade. Não me preocupo com quantos jogadores tenho de um clube “diz o treinador.
Entre os clubes brasileiros, só Helinho, do São Paulo, não foi liberado. O futuro de Amadeu pode depender do encontro de uma maneira de se virar sem todos os ausentes.
Fonte: O Globo