O remake de Resident Evil 2 chega no próximo dia 25 de janeiro com um curioso detalhe extra que presta homenagem a um ponto mais obscuro da série.
Claire tem à disposição uma roupa de motoqueira em alusão a Elza Walker, personagem que seria uma das protagonistas de RE2, mas acabou sendo substituída justamente por Claire. Elza acabou se tornando um dos principais símbolos de Resident Evil 1.5, versão protótipo de Resident 2 que foi mostrada em diversas ocasiões pela Capcom, mas é bem diferente do jogo final.
Com o sucesso estrondoso do primeiro Resident Evil em 1996, a fabricante japonesa tratou de logo começar a desenvolver uma continuação. Liderando o projeto estava novamente Shinji Mikami, diretor de RE1 e agora produtor, enquanto a direção ficou por conta do jovem Hideki Kamiya, atualmente conhecido por Devil May Cry e Bayonetta e que trabalhou no desenvolvimento de RE1.
O time de produção contava com cerca de 50 pessoas, número alto para a época, e a Capcom também tinha grandes expectativas para o jogo, buscando vender cerca de 2 milhões de unidades no PlayStation 1.
Originalmente previsto para maio de 1997, o jogo sofreu vários atrasos e só foi ser lançado em janeiro de 1998. Rumores sugerem que muito disso se deve a desentendimentos entre Mikami e Kamiya, que tinham visões diferentes sobre o que Resident Evil 2 deveria ser.
Fato é que as primeiras versões mostradas publicamente exibiam um jogo bem diferente. Leon estava lá, mas não era um novato e sim um policial experiente. A delegacia tinha um aspecto muito mais convencional e urbano em comparação ao estilo gótico e suntuoso da versão final. Ada se chamava Linda, o delegado Irons não era corrupto e Sherry aparecia com uma roupa amarela.
Personagens sem importância do enredo tinham papéis importantes em RE 1.5 e até mesmo alguns dos inimigos eram bem diferentes. William Birkin tinha uma transformação menos grotesca e o jogador encara pelo caminho criaturas como gorilas-zumbi e híbridos de humanos com aranhas.
E aí tinha também Elza. Uma jovem estudante e motoqueira de Raccoon City, ela se via presa no caos do apocalipse zumbi na cidade. A ideia era que ela e Leon nunca se encontrassem na trama, mas que um visse as consequências da ação do outro.
De acordo com entrevistas de Mikami na época de lançamento de RE2, “nenhum elemento específico do jogo era chato, mas tudo junto não funcionava”. “Não era divertido”, disse ele.
O jeito foi começar o trabalho todo do zero, reaproveitando ao máximo os elementos já desenvolvidos e mostrados ao público e imprensa. No processo, Elza foi trocada por Claire, criada como irmã mais nova de Chris Redfield, um dos heróis de RE1, para criar laços mais fortes com o primeiro episódio da franquia.
Resident Evil 1.5 acabou tornando-se uma das lendas mais populares do mundo dos games, no nível de outras histórias como o desenvolvimento de Duke Nukem Forever, um método para obter a Triforce em Ocarina of Time e tantas outras. Inclusive, alguns anos atrás fãs conseguiram colocar as mãos em uma das builds do jogo, permitindo assim vislumbrar o que poderia ter sido. Existem até mesmo grupos dedicados a reconstruir o jogo, imaginando como poderia ter sido a versão final dele.
Ainda assim, mais de vinte anos depois, o legado de Elza Walker e o impacto que ela causou nos fãs se faz presente no remake de Resident Evil 2 como um visual extra para Claire e uma justa homenagem ao passado da série. RE2 Remake chega no dia 25 de janeiro para PlayStation 4, Xbox One e PC, com legendas em português.
Fonte: The Enemy