Houve farra completa nesta quarta-feira, no Maracanã: taça de campeão brasileiro entregue, festa pela Libertadores e goleada de 4 a 1 no Ceará.
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E quem suspeitava que uma presença habitual nos jogos do Flamengo não daria o ar da graça, se enganou: apesar dos dias de intensa celebração, o rubro-negro exibiu seu ótimo futebol, dinâmico, ofensivo e obstinado em busca dos gols. O segundo tempo, então, teve ares de massacre, com direito a três gols de Bruno Henrique, em fase imparável e a um do artilheiro Gabigol, que soma 22.
Quem tomasse conhecimento dos antecedentes do jogo e os ligasse ao resultado do intervalo, possivelmente cairia na tentação de recorrer a clichês: o efeito das comemorações, a desconcentração, uma queda física após o desgaste da decisão da Libertadores. É até possível que, em certa medida, estes fatores tenham sido sentidos. Mas não o bastante para determinarem a história do primeiro tempo.
O Flamengo fazia o seu jogo habitual. Retomava a bola rapidamente no campo ofensivo, era intenso, móvel no ataque e criava chances. Não foram tantas, afinal o Ceará congestionava a frente da área e dava pouco espaço às movimentações de Arrascaeta e Éverton Ribeiro.
Ainda assim, o Flamengo teve uma bola no travessão chutava pelo uruguaio e outra no pé da trave direita, numa tentativa de Bruno Henrique. Antes, um lance um tanto casual de Willian Arão também resvalara na trave.
Virada no segundo tempo
Até o intervalo, o Flamengo nem fazia seu melhor jogo, mas o Ceará raramente encontrava o contra-ataque, o que prova que o rubro-negro não fugia a seus comportamentos, sua intensidade. Porém, num duelo entre Felipe e Rodinei, o jogador do Ceará levou vantagem em belo lance individual e achou Thiago Galhardo, que abriu o placar.
O que pareceu incomodar Jorge Jesus foi a atuação de Reinier. O treinador tirou o jovem com apenas 35 minutos de jogo, dando lugar a Vitinho, talvez por não dar ao time a presença de área necessária com a ausência de Gabigol. Tanto que, no início do segundo tempo, entrou Lincoln para confrontar um Ceará que, a esta altura, tinha três zagueiros.
E o segundo tempo do Flamengo foi brilhante. Uma demonstração de fluidez para atacar, mobilidade e qualidade técnica, além do compromisso com um campeonato já definido. Este time vai atrás de todos os recordes possíveis.
Arrascaeta e Éverton Ribeiro ? que foi ser segundo volante após a saída de Diego passaram a ditar o jogo. E o Flamengo criava chances de todas as formas, ainda que tenha virado o jogo em duas bolas altas: uma cabeçada de Lincoln que Bruno Henrique desviou e um cruzamento medido de Arrascaeta para o mesmo Bruno Henrique. Ele logo faria seu terceiro num rebote de Diogo Silva, chegando a 21 gols no Brasileiro. No fim, um lance individual de Vitinho resultou no quarto gol.
Um dos recordes já é do Flamengo: os 84 pontos já são a maior pontuação do Brasileiro desde que o torneio passou a ter 20 clubes.
Fonte: O Globo