Após empatar com o Vasco, o Flamengo já sabia que enfrentaria o Grêmio neste domingo sem chances de conquistar o título do Brasileiro por antecipação na rodada. Então, o técnico Jorge Jesus indicou que avaliaria a utilização de um time misto, em virtude da final da Libertadores contra o River Plate no próximo sábado. Não ter a grande maioria dos titulares em campo em Porto Alegre é uma medida indicada por um motivo claro: não há departamento médico que recupere um jogador em menos de uma semana em caso de lesão, mesmo que leve. Nesse momento, o risco é maior do que em todas as situações anteriores.

O único titular que vale ser utilizado para adquirir ritmo é o meio-campo Arrascaeta, que voltou contra o Vasco após torção no joelho.Mesmo assim a intenção da comissão técnica é que não jogue 90 minutos. O Flamengo já não terá Arão, Gerson e Bruno Henrique, suspensos, além de Pablo Marí e Vitinho, com desgaste muscular. Sobram à disposição o goleiro Diego Alves, os laterais Rafinha e Filipe Luís, os três com histórico recente de contusões de gravidades diferentes. Do meio para frente, Éverton Ribeiro e Gabigol completam a lista de titulares que começar a partida na Arenda do Grêmio. Os dois também não passaram ilesos pelo departamento médico ao longo da temporada. 

ANÁLISE: No 4 a 4 entre Flamengo e Vasco, a grande notícia foi ver dois times protagonistas

O temor de perder qualquer jogador ronda os dirigentes da Gávea ao Ninho do Urubu e o alerta foi dado ao técnico Jorge Jesus, que terá autonomia para decidir se mantém a escalação mista e equilibrada ou se usa algum titular apenas em caso de emergência. Deve-se observar ainda o desgaste pela sequência de jogos e viagens no Brasileiro. Os que têm atuado pode não necessariamente se machucar, mas alcançar o nível de fadiga muscular justamente na semana da decisão. É claro que pelo protocolo dos médicos do Flamengo, se isso for possível, este atleta deve começar no banco. Caso de Rodrigo Caio, por exemplo, cotado para tal. 

Diria até que Éverton Ribeiro e Gabigol se encaixam na mesma situação. O primeiro ainda manteve as boas atuações recentemente, mas a dupla teve queda de rendimento contra o Vasco. Se na defesa ainda se pode discutir a reposição com nível abaixo de Thuler, Rhodolfo, Rodinei e Renê, no ataque há Diego, Reinier, Berrio e Lincoln, por exemplo. Desta forma, o goleiro Diego Alves começar como titular é a única exceção além de Arrascaeta, pois em princípio tem risco de lesão menor. Mesmo assim, também vem de torção no joelho, a mesma sem gravidade de Arrascaeta. Mas recente. César tem condições de assumir contra o Grêmio. Renê e Rodinei também.

Rafinha ainda não consolidou a fratura na face e um impacto mais forte a esta altura o tiraria da final. Filipe Luis voltou de uma torção no joelho, mas tem sido poupado da sequência. Pode jogar algum tempo se estiver bem para obter mais ritmo, principalmente ganho na parte física.

Não se trata portanto de provar uma tese. De dizer que pode-se jogar a final da Libertadores depois de uma batida de jogos do Brasileiro. Trata-se de não arriscar quando não há necessidade. O Flamengo pode ser campeão com folgas da mesma forma se poupar jogadores contra o Grêmio. Ou utilizar o jogo para preparar melhor o time para a final. E mesmo assim Jorge Jesus terá provado que, em meio ao calendário brasileiro, é possível ter resultado sem fazer rodízio entre as competições mais importantes.