Um senhor Clássico dos Milhões. Ou das viradas. Foram três no melhor encontro entre cariocas deste ano. Quem viu Flamengo e Vasco se digladiando nesta quarta-feira, no Maracanã, acompanhou um duelo à altura da história dos dois clubes. Talvez o empate em 4 a 4 fosse o ideal para simbolizar a garra cruz-maltina, que lutou até o minuto final, e a eficiência rubro-negra, que segue firme rumo ao título. 

Quem vê apenas o placar final esquece que o Flamengo parecia ter decidido a partida com apenas 40 segundos. Quando Reinier arrancou e cruzou para Everton Ribeiro abrir o placar, tudo indicava que seria mais um passeio do líder. Aliás, o cenário também conspirava à favor, já que a empolgação rubro-negra lotando três arquibancadas contrastava com a baixa presença vascaína, que mal lotou o seu setor.

Porém, o Vasco de Vanderlei Luxemburgo se acostumou a desafiar situações difíceis. Se o normal era se abater e virar uma presa fácil, a equipe mostrou a valentia comum na luta contra o Z4 e se impôs apesar das suas limitações. Um belíssimo contra-ataque concluído por Marrony determinou o empate; e Yago Pikachu, sofrendo e convertendo o pênalti, a virada.  

Nesta alternância de superioridade, duas desatenções quase custaram caro. Uma jogada ensaiada – e assinada pelo elétrico Jorge Jesus – levou o Flamengo novamente ao empate após o gol contra de Danilo Barcelos. A retribuição veio logo na volta para o segundo tempo, quando a defesa rubro-negra cochilou e Marcos Júnior recolocou o Vasco em vantagem: 3 a 2.

Mas se o Vasco foi simbolizado pela valentia, o rubro-negro se destaca por se recusar a perder. E então, brilhou a estrela do senhor dos clássicos: dois toques bastaram para Bruno Henrique virar novamente. Fim de jogo? Não. Nos minutos finais, ainda deu tempo para Ribamar empatar. Sem dúvidas, um clássico de tirar o fôlego.