A atuação do Flamengo na magra vitória sobre o CSA não causou preocupação no clube para a reta final da temporada. Embora o desempenho abaixo da média tenha gerado insatisfação logo que a partida no Maracanã terminou, a comissão técnica e a diretoria não veem risco de seguir com a estratégia de manter a força máxima no Brasileiro em busca do título o quanto antes. Hoje, o compromisso é contra o Goiás, no Serra Dourada, 20h.

Para poupar um pouco o time principal a 24 dias da final da Libertadores, o técnico Jorge Jesus segue as diretrizes do Centro de Excelência em Performance e dosa a utilização dos jogadores durante as partidas. Com um rodízio que prevê economia de minutos, mantém a estrutura e faz modificações pontuais quando algum atleta apresenta desgaste. O único desfalque hoje é o goleiro Diego Alves, que torceu o joelho.

“Vamos seguir a mesma linha de trabalho que vem dando certo, não teria sentido mudar agora”, explica um profissional da comissão técnica.

O trabalho de recuperação na academia do Ninho do Urubu e a preparação física com ênfase na prevenção de lesões musculares também são decisivos. Assim como os exames de rotina após os jogos para detectar desgaste nos atletas e orientar exatamente maior rotatividade.

Lesões, suspensões e convocação são brechas

Mesmo com o time com dificuldade para manter o nível de atuação contra o CSA, deixaram o campo antes do fim do jogo Arrascaeta, Gabigol e Éverton Ribeiro. O uruguaio ficou 19 dias se recuperando de lesão e agora é a hora de retornar aos poucos, justamente para evitar risco de reincidência no problema no joelho esquerdo operado ou em alguma musculatura que lhe dê sustentação.

Ribeiro, por sua vez, vem sendo o motor do time ao longo das últimas 11 partidas em que atuou os 90 minutos. Recuperado de um problema no pé, é um dos responsáveis pelo ritmo do Flamengo de Jorge Jesus, e foi preservado por 20 minutos no último compromisso.

Outro que dá o tom no meio-campo do Flamengo, Gerson vem sendo substituído e deixou de jogar 71 minutos nas últimas três partidas. Diante do Fluminense, Arão foi preservado no primeiro tempo e entrou exatamente na vaga de Gerson, aos 23 do segundo tempo.

No mesmo jogo, Renê substituiu Filipe Luis, que vinha de lesão e atuou por 70 minutos. Na partida anterior, contra o Fortaleza, novamente Gerson deixou o campo, dando lugar a Vitor Gabriel no intervalo do jogo.

Os laterais, que deram outra consistência à defesa, também acabaram preservados da sequência em função de contusões. Após a fratura na face sofrida no jogo com o Athletico-PR, Rafinha ficou duas partidas sem atuar, e conseguiu voltar para treinar antes de enfrentar o Grêmio na semifinal da Libertadores.

No miolo de zaga nada muito diferente, mas por outros motivos que não lesões. Suspenso contra o próprio CSA, Pablo Marí enfim encerrou a sequência de 16 partidas sem descansar um minuto sequer. Convocado para amistosos da seleção brasileira, Rodrigo Caio desfalcou o time em dois jogos e sequer atuou com Tite. O caso de Gabigol é semelhante, embora o atacante tenha atuado no amistoso por alguns minutos.

No ataque, o descanso é menor para Bruno Henrique, que exibe exuberância física e desperta menos preocupação. Poupado de início contra o Ceará, há dois meses, também emplacou 11 partidas em que atuou praticamente todo o tempo. Mas havia sido convocado para a seleção e desfalcado o time contra o Avaí, mês passado, embora tenha entrado poucos minutos no amistoso. Recentemente ganhou um descanso apenas quando encaminhou a classificação sobre o Grêmio, situação em que deixou o gramado do Maracanã a 20 minutos do fim.

Nesse contexto, o banco de reservas tem se mostrado importante. Nomes como Vitinho e Reinier aparecem frequentemente como soluções ofensivas. Agora, o técnico Jorge Jesus também pode contar com o meia Diego, que voltou a atuar contra o Grêmio. Na defesa, Renê e Rodinei têm sido acionados, assim como Thuler e Rhodolfo na zaga. Embora não tenham a mesma capacidade técnica e o entrosamento dos titulares., todos dão conta do recado.