LISBOA – Jorge Jesus despertou para a vocação ainda criança. Aos 13 anos, seu pai e ex-jogador do clube, quase um deus para o técnico do Flamengo , registrou o filho no Sporting. Naquele distante 1967, levado por Virgolino, o menino Jesus assinava pela primeira vez seu nome na história de Alvalade, um dos templos do futebol em Lisboa, cidade onde triunfou e levava desde adolescente uma rotina intensa de trabalho, mas com uma vida social tão discreta quanto no Rio.

O cartão de sócio 3.289 foi a senha para Jesus transitar entre a região periférica da Amadora, onde nasceu e cresceu nas ruas com a bola nos pés, e Alvalade, zona central da capital de Portugal, local do estádio do Sporting. É lá que o retrato do pai figura na galeria dos campeões nacionais de 1943/44. Ex-atacante, Virgolino António de Jesus, falecido em 2017, aos 92 anos, é peça fundamental para entender a obsessão do filho pelo trabalho árduo no futebol e seus valores forjados em uma Lisboa pré-Revolução dos Cravos.

– Virgolino foi para Jesus o elo de ligação entre futebol, trabalho e família. E o técnico do Flamengo é, antes de tudo, um homem de família, tradicional, criado na época da ditadura de Salazar, quando Portugal vivia sob o lema “Deus, Pátria e Família? ? explicou Luis Garcia, autor da biografia “Não sou Eça de Queiroz – o mundo de Jorge Jesus?, que será lançado segunda-feira no Brasil com o título “Jorge, amado e desamado: a incrível história do treinador do Flamengo?.

No Rio, há um Jesus que começa a se soltar pela cidade e outro que se fecha no Centro de Treinamento do Flamengo. Mesmo morando em frente à praia da Barra, o treinador é avesso ao pé na areia.

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