Desde os 12 anos, quando chegou ao Flamengo , Reinier foi lançado como camisa 10, ou pelo menos atuava na função tática correspondente a um meia de criação clássico. Aos 17 anos, evoluiu no clube e nas seleções de base desta forma, mas nos primeiros jogos como profissional entrou em função de menor responsabilidade, mais avançado. Agora, começa a ganhar status de protagonista, sendo tão importante quanto o Flamengo quis que fosse.
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Sob o comando de Jorge Jesus, Reinier virou profissional e tem sido exigido como tal até em seu comportamento em campo. São sete partidas até aqui, quatro delas como titular, com três gols marcados, o último contra o Fortaleza, em que sem o gol decisivo teria passado despercebido no Castelão. Mas o fato de gol vem se tornando sua marca. Aliado ao fato de que se adapta às ideias do técnico aos poucos, é bem para quem chegou agora.
Durante seu início no time principal, o garoto tem coberto as ausências de Bruno Henrique ou Gabigol. No esquema inicial do técnico português (o 4-1-3-2), sempre que é preparado como titular, Reinier tem sido um dos atacantes que atuam entre os volantes e os zagueiros adversários. Normalmente, o segundo atacante.
Contra o Fortaleza, Jesus disse que o jovem atuou como terceiro meio-campista, estando atrás de Gabigol e Vitor Gabriel no momento do segundo gol. Antes, porém, variou para uma posição um pouco mais adiantada e teve outras chances de gol.
Nas últimas duas partidas em que começou jogando, contra Chapecoense e Atlético-MG, Reinier jogou exatamente atrás de Bruno Henrique. Vitinho e Éverton Ribeiro eram os pontas e Gerson, o meia mais centralizado.
Com Lucas Silva lesionado no início da partida desta quarta-feira (Piris entrou), Reinier alternou o posicionamento e teve certa dificuldade quando esteve mais aberto. Segundo o técnico, foi necessário rodá-lo pelas posições ofensivas a fim de encontrar o melhor encaixe.
Diante do Avaí, no primeiro jogo como titular, o meia começou pela esquerda e caiu muito pela direita em seguida e até foi bem. Mas no passe para o primeiro gol, de Gabriel, estava atrás de Gabigol e entrou pelo meio para encontrar o passe para o companheiro.
O jovem também se posicionou dentro da área muitas vezes para tentar preparar as jogadas naquela partida. E outras vezes entrou como ponta de lança para receber o passe na área. No gol que marcou, o primeiro no profissional, veio de trás, pelo meio, recebeu de Gabigol, invadiu a área e tocou com categoria.
O segundo gol como profissional foi no Maracanã, contra o Atlético-MG. Na partida, Reinier já mostrava seu poderio ofensivo pelo alto. Quase marcou de cabeça no começo do segundo tempo após cruzamento de Rafinha. Na mesma posição, recebeu passe de Vitinho para apenas arrematar em um sem-pulo.
A ideia é que aos poucos Reinier possa ser treinado e jogue mais como meia, nas posições de Arrascaeta, Éverton Ribeiro ou Gerson. Para entrar nessa engrenagem, é necessário mais tempo e mais treinamento com Jorge Jesus.
Na base e na seleção, o esquema tático é diferente, e Reinier chegou a atuar como falso nove, ainda mais adiantado. No Flamengo, não tem preparado tanto as jogadas para os meias que vêm de trás, mas já ensaia a função e dialoga com os meias que se infiltram.
A questão hoje é que os meias estão muito mais alinhados ao sistema defensivo. Além de criar, fecham espaço e têm coordenada a marcação pressão em linha alta. Entendimento que Jesus demorou semanas para implementar.
Aos poucos, Reinier vai se adaptando. Na estreia contra o Emelec, pela Libertadores, no Maracanã, o meia entrou no lugar de Gabigol. Mas na partida seguinte, diante do Bahia, substituiu Piris da Motta. Depois entrou diante do Internacional na vaga de Arão.
Diante do Athletico-PR, domingo, ficou no banco. Lucas Silva ganhou uma chance em razão do gramado sintético. Que exige mais dinâmica e mais velocidade, que Reinier ainda desenvolve. Nesta quarta-feira, entraram os dois. Jesus, porém, acredita que Reinier já cumpre taticamente as funções melhor que outros jovens do time. Para o português, ele já “entende os sinais” e atua sempre em intensidade alta no ataque.
Fonte: O Globo