Com a escalação confirmada pelo Flamengo horas antes do jogo com o Fortaleza , em função da liberação da CBF para o Mundial Sub-17, o jovem Reinier enfim viveu noite de protagonismo. Foi dele o gol que deu a vitória ao Flamengo, de virada, por 2 a 1, após uma atuação abaixo da crítica do time de Jorge Jesus. O garoto de 17 anos marcou o gol da vitória aos 43 minutos do segundo tempo, de cabeça, depois de dois pênaltis marcados com auxílio do árbitro de vídeo, um para cada lado. Gabigol (37′) e Bruno Melo (15′) anotaram.

A uma semana da semifinal da Libertadores , no entanto, o Flamengo deu sinais claros de que para executar as ideias de Jorge Jesus são necessários jogadores à altura. A atuação contra o Fortaleza também repleto de reservas comprovou o peso da ausência de cinco titulares para o desenvolvimento de um estilo de jogo vistoso, que deixou o torcedor até mal acostumado nos últimos meses. A questão é que fazia tempo que o Flamengo não jogava tão mal. E ao mesmo tempo não se superava tanto em um duelo.

Sem seus principais talentos, quem sobrou também sentiu falta de pernas. Mas não se entregou. A a equipe rubro-negra segue líder, com 61 pontos no Brasileiro . Sem Éverton Ribeiro e Bruno Henrique, suspensos, e ainda Filipe Luis, Rafinha e Arrascaeta, lesionados, a equipe rubro-negra teve os retornos de Rodrigo Caio e Gabigol, e a inclusão de Reinier depois da liberação da seleção sub-17 confirmada. Na média, porém, o conjunto sentiu bastante a falta de opções para a construção do jogo ofensivo e para a organização defensiva do time.

Para piorar, o atacante Lucas Silva sentiu uma lesão muscular na etapa inicial, deixou o campo e deu lugar a Piris da Motta. Mesmo com a posse de bola maior, os jogadores demonstraram imenso desentrosamento e alguns, como Gabigol, baixo nível técnico e muitos erros de passes. João Lucas, escolha de Jesus novamente, sofreu com as investidas do Fortaleza em bolas longas, e lembrou o drama vivido pela defesa na derrota de 3 a 0 para o Bahia, a última do Flamengo, há mais de três meses.

Apesar disso, o Flamengo se segurou no primeiro tempo, com destaque individual para Vitinho, autor nas principais investidas no ataque. Reinier, apagado, não conseguia jogar com Gabigol, que saiu muito da área. No intervalo, Jorge Jesus ainda foi obrigado a lançar Vitor Gabriel e perdeu mais um titular: Gerson saiu com desgaste físico. O time voltou ainda mais sem poder de criação. A falta de ideias se agravou. O Fortaleza manteve-se bem armado, fechado e aplicado taticamente, e explorando bem os contra-ataques. Enfim conseguiu fazer o gol, em pênalti cometido por Pablo Marí, que tocou com a mão na bola.

Mas ainda que em noite ruim, o Flamengo achou o empate nos pés de Gabigol. De novo em pênalti analisado pelo VAR com bola na mão. Nos últimos minutos, a base deu sinal de entrosamento. Em lateral cobrado na área por Renê, Vitor Gabriel escorou para o meio da área, e Reinier acertou uma cabeçada certeira no ângulo. Sem show, sem técnica, na raça. Vitória de líder. Vitória de time que quer ser campeão. Mas que provou que não é invencível e que precisa saber lidar melhor com seu plantel para não levá-lo ao esgotamento.