Nomes que integram a nova geração de técnicos do futebol brasileiro, Marcão, do Fluminense, e Roger Machado, do Bahia, vivem momentos distintos em suas carreiras, mas se aproximam por algumas coincidências que marcam suas histórias dentro e fora das quatro linhas. Os dois se enfrentam neste sábado, às 19h, no Maracanã, numa partida que é igualmente importante para as ambições do tricolor carioca, que busca se distanciar da zona de rebaixamento, e do baiano, que luta para entrar no G6 e sonhar com uma vaga na Libertadores.
Efetivado como treinador do Fluminense, Marcão defendeu o clube de 1999 a 2005, quando participou de um momento importante de reestruturação do clube e conquistou os títulos da Série C do Brasileiro de 1999 e das edições de 2002 e 2005 do Campeonato Carioca. Roger teve uma passagem mais curta pelas Laranjeiras, de 2006 a 2008, mas marcou o gol do título na Copa do Brasil de 2007, e no ano seguinte fez parte do elenco vice-campeão da Libertadores.
A ligação com o Fluminense, no entanto, não é o único ponto em comum na história dos treinadores.
? O fato de sermos negros não deveria ser relevante diante dos desafios que temos. A cor da pele não poderia balizar o conhecimento de ninguém. Dentro do campo, o futebol é o esporte mais democrático e inclusivo que conheço, mas fora das quatro linhas há muito o que ser debatido e resolvido. Eu, Marcão e muitos outros estamos no mercado não como excludentes, e sim como agregadores de conteúdo e valor ? disse Roger ao GLOBO.
Marcão, por sua vez, espera que sua efetivação como técnico do Fluminense também abra portas para outros profissionais negros.
Flu tem cinco desfalques
Ele lembrou de outros treinadores que já tiveram momentos de destaque na elite do futebol brasileiro.
? Cheguei num clube em que eu me preparei, me especializei, me capacitei, tive oportunidade e hoje estou sentado num banco importante. E eu vou puxar, vou chamar nossa classe, chamar eles para perto. É uma causa importante. Não tenho dúvida nenhuma que, daqui a pouco, o Jair (Ventura) está aí de novo, o Cristóvão (Borges) também ? disse ao Globoesporte.com.
Nesta noite, os dois técnicos vestirão uma camiseta do Observatório da Discriminação Racial no Futebol ? organização criada para monitorar e divulgar casos de racismo no futebol.
Marcão terá o desafio de montar um time com cinco desfalques. Além de Allan e Caio Henrique, que estão com a seleção olímpica, e Marcos Paulo, com a seleção sub-19 de Portugal, o treinador não terá Ganso e Yuri, suspensos pelo terceiro amarelo.
Fonte: O Globo