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“Big brother da fertilização”, a nova tecnologia na área da reprodução



Nas últimas décadas, os avanços da medicina permitiram que inúmeros casais com problemas de fertilidade alcançassem o sonho de ter filhos por meio de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). No Brasil, a busca pelo procedimento tem crescido: entre 2017 e 2018, houve um aumento de 18,7%, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse crescimento é reflexo dos esforços médicos em todo o mundo para melhorar a técnica. Agora, um novo equipamento está tornando a fertilização in vitro ainda mais bem sucedida e segura.

Chamada de Time-Lapse Esco, a máquina é uma encubadora que permite não apenas o armazenamento dos embriões em fase de desenvolvimento como a sua observação contínua por meio de vídeos (gravados 24 horas por dia) e fotos (tiradas a cada 10 minutos). A tecnologia permite que equipe médica acompanhe constantemente o progresso do embrião sem precisar tirá-lo da encubadora. (Veja o vídeo)

 

Nas estufas tradicionais, o embrião precisa ser retirado pelo menos duas ou três vezes durante a fase de desenvolvimento – que acontece nos cinco ou seis primeiros dias após a fecundação (quando o espermatozoide é inserido no óvulo). Toda vez que ele é retirada da estufa, ocorre uma interferência na ambientação produzida pelo equipamento, que visa recriar as condições encontradas naturalmente no útero.

Essa retirada é necessária, pois ele precisa ser observado pelo microscópio algumas vezes para que a equipe saiba se ele está se desenvolvendo adequadamente. No entanto, essa movimentação altera a temperatura do embrião – que deve ser mantido a 37ºC – e outros fatores essenciais para um desenvolvimento seguro. Todo o estresse causado por essas mudanças ambientais prejudica sua qualidade e, consequentemente, afeta as taxas de sucesso da gravidez – que variam entre 30% e 60%.

Com o novo equipamento, o embrião só deixa a encubadora para ser implantado no útero da mulher. A Time-Lapse ainda garante maior segurança no armazenamento e melhora a análise embrionária já que a máquina checa a qualidade do embrião, atribuindo uma nota – aqueles com melhor desempenho são utilizados. “A nova encubadora é excelente, pois melhora uma série de processos da fertilização”, diz Edson Borges, especialista em reprodução assistida do Fertility Medical Group.

Embriões de maior qualidade interferem positivamente nas taxas de gravidez. Até agora, foi observado um aumento nas taxas globais em 5%.

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Novas descobertas

Além de melhorar, o acompanhamento constante do desenvolvimento embrionário permitiu aos especialistas observar detalhes do processos biológicos que até hoje não tinham sido testemunhados de perto. As novas descobertas podem ajudar a medicina a entender ainda mais a formação do embrião e, no futuro, aperfeiçoar a fertilização in vitro e melhorar ainda mais o sucesso da gestação. “Acredito que a inteligência artificial associada a este tipo de máquina vai permitir a reprodução assistida chegar muito mais longe”, disse Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva. 

Fonte: Veja


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