Seis meses, três acordos e sete famílias de vítimas da tragédia no Ninho insatisfeitas com os valores oferecidos pelo Flamengo. Desde que começou a negociar, o clube estabeleceu um teto para o pagamento das indenizações, que agora começa a ser flexibilizado.
Aos parentes de Gedson Santos, Áthila Paixão e o pai de Rykelmo Viana, a diretoria pagou entre R$ 1,5 e R$ 2 milhões entre danos morais e pensão.O valor da indenização em si foi estipulado em R$ 1 milhão, com a pensão negociada caso a caso.
No começo da negociação, com interferência do Ministério Público e Defensoria Pública, o Flamengo havia oferecido R$ 300 mil por responsável legal e mais uma quantia por irmão ou avós, o que se aproximava de R$ 1 milhão.
As primeiras famílias aceitaram. As demais, não. E cobravam entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões nos primeiros contatos. O Flamengo manteve-se firme na ideia de respeitar a jurisprudência de casos semelhantes e não aceitou os pedidos.
Agora, após sofrer a primeira ação na Justiça, sinalizou a representantes das famílias que pode esticar a corda. A mãe de Rykelmo pede R$ 6,9 milhões de indenização e pensão.
A questão é que o clube informou inicialmente que gostaria de negociar individualmente com as pessoas ligadas a cada um dos dez jovens jogadores mortos.
Na prática, a diretoria se viu diante de pedidos acima dos acordos firmados, e inicialmente não cedeu. Desde então, as negociações esfriaram e o diálogo cessou.
Com o tempo, o vice-jurídio Rodrigo Dunshee refez alguns contatos e o clube espera fechar mais acordos em breve. Os familiares de Bernardo Pisetta e Vitor Isaías são os mais cotados.
Mesmo assim, a pedida ainda está distante do teto inicial do Flamengo. O clube retomou conversas e a expectativa é que a negociação evolua. Procurado, Duinshee disse que o clube assinou contrato de confidencialidade e não pode falar sobre valores.
Vale lembrar que o Ministério Público chegou a sugerir um acordo que pagasse R$ 2 milhões por família mais R$ 10 mil mensais até a idade de 45 anos dos atletas mortos.
Fonte: O Globo