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Liga mais dura da Europa vê os grandes cada vez maiores



Vista como exceção num cenário de crescente previsibilidade nos campeonatos nacionais da Europa, a Premier League continua sendo, se não a melhor, certamente a mais dura liga do continente. Mas a edição que começará nesta sexta-feira às 16h (de Brasília), quando o Liverpool receber o Norwich (na ESPN Brasil), pode exigir certa revisão de conceitos.

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A começar pela expectativa de que se repita uma polarização: Guardiola e o Manchester City de um lado, Klopp e o Liverpool de outro. No ano passado, a disputa ponto a ponto parou o mundo e alimentou a rivalidade. O dado ruim foi a distância dos dois em relação aos demais concorrentes: o Chelsea, terceiro colocado, ficou 25 pontos atrás do vice-campeão Liverpool.

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A nova temporada indicará se a Premier League se tornou uma nova “liga dos 100 pontos?. O City foi o primeiro a atingir tal pontuação, em 2017/2018. No ano passado, somou 98 pontos contra 97 do time de Klopp, transformado em melhor vice da história. Números que superam até a pontuação recente de campeões de Itália, França e Espanha, torneios tradicionalmente mais desnivelados.

A Liga mais rica

A Premier League tem muitos trunfos. A começar pelos seis grandes, o chamado “Big Six?: City, Liverpool, Manchester United, Arsenal, Chelsea e Tottenham. Torneio comercialmente mais bem vendido do planeta, divide de forma mais igualitária as receitas dos gigantes contratos de TV e gera números superlativos. No ano passado, o lanterna Huddersfield recebeu o equivalente a R$ 460 milhões só da TV.

Mas a tendência global de ampliação das diferenças entre os mais e menos ricos já chegou à Inglaterra. Das últimas cinco temporadas, quatro tiveram o “Big Six? nas seis primeiras posições. Algo que ocorrera só uma vez nos cinco anos anteriores a este período. Nos três últimos torneios, os seis primeiros colocados somaram, em média, 472 pontos. Nos sete anos anteriores, a média foi de 439. Ou seja, a cada ano os seis primeiros concentraram 33 pontos a mais.

Bicampeão, o City não tem favoritismo tão claro. Contratou o volante espanhol Rodri e o lateral João Cancelo, mas não repôs a perda do zagueiro Kompany. Além disso, tem jogadores fora do auge físico, como David Silva. Não houve reposição e, de última hora, Guardiola soube que Sané sofreu lesão de joelho e perderá grande parte da temporada.

Mas as prioridades também influem no ânimo dos times. Guardiola insiste que prioriza a Premier League, mas é forte a pressão sobre o clube pela Liga dos Campeões. Enquanto isso, após a conquista da Europa na última temporada, a obsessão do Liverpool é a Premier League, que o clube não ganha há quase 30 anos.Para quebrar o jejum, Klopp tem a seu dispor o mesmo elenco que ganhou a Champions.

Vice-campeão europeu, o Tottenham gastou mais de R$ 500 milhões em nomes como o meia argentino Lo Celso e o francês Ndombelé. Já o Arsenal fechou ontem a contratação do brasileiro David Luiz, em um mercado no qual gastou R$ 667 milhões. Já o Manchester United desembolsou R$ 385 milhões para tirar o zagueiro Maguire do Leicester.

Ontem, a polícia de Liverpool prendeu um homem acusado de publicar no Twitter uma mensagem racista contra o atacante egípcio Salah. (Carlos Eduardo Mansur)

Fonte: O Globo


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