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Queda física e lesões do Flamengo ocorrem após mudanças de protocolos no CEP



A intensidade, marca que Jorge Jesus tenta implementar no Flamengo, ficou pelo caminho depois de oito jogos em 25 dias. A derrota para o Bahia, por 3 a 0, pelo Brasileiro, ligou o alerta para as consequências do uso de força máxima em todas as partidas sem um trabalho adequado de controle de carga e prevenção de lesões no Centro de Excelência em Performance (CEP).

A metodologia e os protocolos das duas áreas ligadas à preparação física foram alteradas com a chegada da numerosa comissão técnica do português, e fontes atestaram à reportagem que estas são as principais razões apontadas internamente para a queda de rendimento físico ao longo dos jogos, e para o aumento das contusões musculares.

Desfalcado neste domingo por quatro jogadores com problemas do gênero (Gabigol, Rodrigo Caio, Lincoln e Cuéllar), e dois por traumas mais graves (Diego e Vitinho), o técnico Jorge Jesus foi com o que tinha de melhor contra o Bahia mesmo assim. Depois da desgastante partida de meio de semana pela Libertadores, diante do Emelec, Éverton Ribeiro e Arrascaeta, que haviam entrado no sacrifício, começaram como titulares.

O duelo fora de casa marcou ainda a estreia do lateral-esquerdo Filipe Luis, que sentiu falta de ritmo após apenas uma semana de treinamento. Mas o jogo ficou marcado principalmente pela falha de Diego Alves no segundo dos três gols do centroavante Gilberto. O goleiro saiu jogando errado após recuo do zagueiro Pablo Marí, alçado ao time ao lado de Thuler há três jogos.

Time sente sequência e cai no Brasileiro

É verdade que o Flamengo como um todo jogou mal. E estacionou na terceira posição do Brasileiro, com 24 pontos, a oito do líder Santos, que tem 32. No sábado, o adversário é o Grêmio. Até lá, haverá uma semana para recuperar jogadores e reorganizar as ideias coletivas. Em menos de um mês, foram chegadas e saídas de atletas, contratados e vendidos, o que também comprometeu as ideias de Jesus.

Durante esse período, no entanto, o técnico português sempre deixou claro que jogaria no limite físico do elenco. E rodaria apenas algumas peças, sem poupar jogadores que não estivessem próximos de se lesionar. Na prática, não adiantou. Arrascaeta inaugurou a série de problemas musculares. Ontem, saiu no segundo tempo após partida abaixo da média. Jesus mais uma vez avaliou que o desempenho foi ruim por questões físicas, mas atribuiu o problema apenas ao calendário brasileiro.

? Não conseguimos impor o nosso jogo e cometemos alguns erros que nos fizeram tomar os três gols. Isso associado à falta de frescor físico, que foi determinante ? disse o técnico, que ainda reclamou de um pênalti em Filipe Luis e de impedimento no lance do primeiro gol do Bahia.

O lateral-esquerdo, que saiu no segundo tempo, admitiu a falta de ritmo.

? Tive uma lesão na Copa América, estava um mês parado, tive uma semana de treinos para melhorar fisicamente. O ritmo vou conseguir jogando. Quanto mais jogar melhor vou me sentir. Não estou no meu melhor nível, mas conforme passarem os jogos e treinos vou recuperar a forma ? declarou.

Filipe não conseguiu acompanhar o centroavante Gilberto no contra-ataque que gerou o terceiro gol do Bahia. Jorge Jesus atribuiu os problemas defensivos a falta de automatismos da linha de defesa, que jogou junta pela primeira vez. Os três reforços vindos da Europa ? Rafinha, Filipe e Pablo Marí, ao lado do jovem Thuler, que deu condição no primeiro gol.

Piris da Motta, que atuou no lugar de Cuéllar na proteção à zaga, também não foi bem, e acabou substituído para a entrada do jovem Reinier, de 17 anos. A ausência de Cuéllar, com desgaste muscular, também pesou.

Arão não conseguiu ter bom desempenho. O ataque não funcionou, da mesma forma, com Bruno Henrique longe do vigor físico que costuma apresentar.

? Jogar de três em três dias faz tomar decisões sem ser do aspecto tático e técnico, mas físico. Temos procurado tirar três, quatro, cinco e ter jogadores mais frescos ? justificou o técnico.

Fonte: O Globo


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