LIMA – Foi um ouro para entrar para a história. Do badminton brasileiro, que nunca havia sequer chegado a uma decisão de Jogos Pan-americanos. Da favela da Chacrinha, no Rio, que viu uma cria sua brilhar no esporte. E, principalmente, de Ygor Coelho. O carioca de 22 anos, maior talento da história da modalidade no país, saiu de quadra consagrado. Com uma vitória por 2 a 0 sobre o canadense Bryan Yang, ele subiu ao lugar mais alto do pódio em Lima e obteve a conquista mais importante de sua carreira.
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– O que passou pela cabeça foi toda a minha história no esporte. Conquistar esse ouro foi sensacional! Agradeço a toda a estrutura do COB, a Alessandra Dutra, psicóloga, que deixou minha cabeça pronta para essa conquista – festejou o campeão.
O ouro no Pan não classifica para Tóquio-2020. Mas o torneio conta pontos preciosos na corrida olímpica. Antes do início da competição, o brasileiro, que já era o melhor das Américas, ocupava o posto de número 59 no ranking mundial. A conquista o fará subir mais posições. A classificação será decidida em maio.
Revelado num projeto de badminton criado por seu pai, Sebastião de Oliveira, na Chacrinha, o carioca foi um intruso na competição. Nas outras finais do dia, os canadenses conquistaram o ouro e a prata.
Ygor entrou em quadra como se estivesse em casa. Com exceção de alguns poucos membros da delegação canadense, todos vibravam com seus pontos. Após a tensa vitória, de virada, nas semifinais, ele também parecia mais leve.
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Inferior tecnicamente a Ygor, o canadense já iniciou a partida num ritmo intenso para tentar se igualar ao brasileiro. E conseguiu. Embora o número 1 das Américas tenha estado à frente na maior parte do set, a disputa foi ponto a ponto. A vitória não veio de forma fácil: 21 a 19, com direito a muita vibração do carioca.
A vantagem no placar deixou Ygor ainda mais à vontade. No segundo set, ele conseguiu abrir uma folga na frente e não deu chances a Yang. Consagrou-se com um 21 a 10
* O repórter viaja a convite da PromPerú
Fonte: O Globo