Em meio ao recesso na Câmara dos Deputados, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) visitou a CBF no mesmo dia em que a técnica sueca Pia Sundhage foi apresentada como comandante do time feminino. Na pauta, o deputado pretendia conversar com o presidente da confederação, Rogério Caboclo, sobre questões a respeito da modalidade de clube-empresa no Brasil, que o Botafogo deve pleitear ainda neste ano para seu futebol.
– É necessário estimular o clube empresa, com algum incentivo tributário. Hoje temos os clubes que não pagam impostos e as empresas pagam.
Maia acredita que esse é o único modelo possível para a sobrevivência dos clubes brasileiros. Porém, é necessária regulamentação e incentivo. Sobretudo com a permissão da entrada de capital estrangeiro, como é permitido em países europeus.
– A forma de clubes associativos não vai atrair capital estrangeiro nem privado. Pois é uma forma atrasada, primitiva de gerir o futebol no Brasil. Tirando o Flamengo, o Corinthians e o Palmeiras, que tem o patrocínio da Crefisa, todos os outros caminham para a inviabilização.
O presidente da Câmara já vem conversando com outros deputados e com o ministro da economia Paulo Guedes sobre o assunto. Mas a pauta do deve chegar ao Congresso somente após a Reforma da Previdência.
Conselheiro do Botafogo, o deputado aprovou o projeto encabeçado pelos irmãos Moreira Salles. Porém, ele teme pelo sucesso do negócio diante da realidade empresarial brasileira.
Semana passada, o presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej, diretores do clube e conselheiros aceitaram a proposta de recuperação financeira do alvinegro apresentada nesta sexta-feira pela Ernest & Young e a Trengrouse Advogados. Agora, o Conselho Deliberativo do clube e os sócios em Assembleia Geral terão de aprovar uma reforma estatuária para a criação de uma empresa que cuidará exclusivamente dos ativos do futebol, com o social à parte. Estão previstos aportes de R$ 350 milhões via investidores para o pagamento de parte da dívida e de R$20 milhões a R$30 milhões para contratações.
Para que a empresa passe a representar o futebol do Botafogo nos campeonatos do ano que vem, será necessária a autorização da CBF. O pedido de mudança de CNPJ – uma vez que contratos com jogadores, negociações de direitos de transmissão, entre outros, estarão sob domínio da nova companhia ? deve ser feito entre o fim de dezembro e as primeiras semanas de janeiro.
O tempo é considerado curto diante da complexidade do negócio. Mas a pressa tem motivos. Um deles é o risco de aumento da dívida com o passar dos meses. Além da viabilidade do processo ficar comprometida em caso de rebaixamento e perda de receita.
Fonte: O Globo