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Pan: entenda qual é a importância dos Jogos de Lima-2019



A cena de tão patética é inesquecível: o multicampeão de vôlei Maurício Lima tremula uma bandeira do Brasil totalmente fora dos padrões. Era a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003. Sintoma da organização amadora que caracterizou várias edições dos Jogos.

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Neste ano, o Pan ocorre em um momento complicado do calendário esportivo. A competição em Lima tem início hoje, com o Mundial de esportes aquáticos em pleno andamento. Isso inviabiliza pleno rendimento a vários atletas, que ainda terão que passar por uma rápida adaptação do fuso horário da Coreia do Sul para o Peru (diferença de 14 horas) para competir nos Jogos.

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Lima terá seu torneio de vôlei disputado de forma concomitante ao Pré-Olímpico masculino, competição mais importante neste ano para a seleção, que busca a vaga em Tóquio-2020. Já o classificatório feminino termina a tempo de ao menos parte da equipe competir em Lima. Ou seja, teremos time B masculino e mistão feminino em Lima em uma das modalidades em que o Brasil seria favorito ao ouro.

O Mundial de atletismo, por sua vez, será em Doha, no Qatar mais de um mês após o Pan. É um alento, mas inviabiliza a participação dos mesmos atletas em provas longas e desgastantes, como maratona ou marcha atlética.

Jogadoras de Porto Rico e Cuba durante execução dos hinos nacionais antes de partida de handebol Foto: LUIS ROBAYO / AFP
Jogadoras de Porto Rico e Cuba durante execução dos hinos nacionais antes de partida de handebol Foto: LUIS ROBAYO / AFP

Até o judô, terceiro esporte mais medalhado pelo Brasil em Pans, terá seu Mundial próximo, a partir de 25 de agosto, em Tóquio, prejudicando a participação nacional em Lima.

Competição surgida para congraçar o esporte nas Américas, o Pan hoje é pouco atraente para as principais estrelas. Reconhecidos como os maiores atletas da história olímpica, Michael Phelps e Usain Bolt nunca disputaram a competição continental. Foram direto para o vestibular olímpico. Passaram com louvor.

Paula
Pareto
atletas para
ficar de olho
Costa Rica / 33 anos
 
 
Judô
Ouro no Rio-2016, Paula chegou ao pódio em 32 das 34 competições que disputou desde 2012. No Pan, tem três pódios seguidos.
Aída
Román
Maior medalhista
México/ 31 anos
 
 
O cicista Walter Pérez tem nove medalhas no currículo
Tiro com arco
É uma das poucas esportistas mexicanas que ganharam medalhas em Jogos Olímpicos, Copas do Mundo e Mundiais.
Roberto
Hernández
Maior medalhista
El Salvador / 30 anos
 
 
Paola Milagros já conquistou 13 medalhas nos saltos ornamentais
Tiro com arco
Caterine
Ibargüen
Neste ano, o salvadorenho foi bronze na segunda etapa da Copa do Mundo de Shanghai, na China.
Maior medalhista
Colômbia / 35 anos
 
 
Cristina López, da marcha atlética, é a única medalhista de ouro do país
Atletismo
Tem duas medalhas olímpicas no salto triplo: prata em 2012 e ouro em 2016. Além disso, tem quatro medalhas em Mundiais de atletismo.
Rubén
Limardo
Maior medalhista
Venezuela / 33 anos
 
 
O ginasta Jossimar Calvo tem sete medalhas, sendo quatro ouros
Esgrima
Adriana
Díaz
Ouro na espada em Londres-2012 e vice mundial em 2013, na Hungria. Em Lima, defenderá seus títulos pan-americanos no individual e por equipes.
Porto Rico / 18 anos
 
 
Maior medalhista
Tênis de mesa
O halterofilista Julio Luna, com 10 medalhas, sendo quatro de ouro
Adriana pode ganhar até quatro medalhas em Lima. Ela competirá nos torneios de simples, duplas femininas, duplas mistas e por equipe.
Isaquias
Queiroz
Maior medalhista
BRASIL / 25 anos
 
O halterofilista Fernando Báez e o ginasta Luis “Tingui” têm 6 medalhas
Canoagem
Alexandra
Grande
Em 2016, Isaquias se tornou o primeiro atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma edição de Jogos Olímpicos.
Maior medalhista
Peru / 29 anos
 
 
O nadador Thiago Pereira, o “Mr. Pan”, tem 23 medalhas
Caratê
Está em terceiro no ranking mundial e em sexto na corrida por uma vaga nos Jogos de Tóquio. Em Lima, buscará seu terceiro pódio em Pans.
Nery
Brenes
Maior medalhista
Costa Rica / 33 anos
 
 
Edwin Cam, do tiro esportivo, foi ouro no Pan de Buenos Aires-1951
Atletismo
O velocista deu a Costa Rica sua única medalha de ouro no Pan nos últimos 28 anos ao subir ao lugar mais alto do pódio em Guadalajara-2011.
Maior medalhista
Sylvia Poll tem oito medalhas, sendo quatro de ouro
Fonte: GDA

atletas para
ficar de olho
Aída
Román
México/ 31 anos
 
 
Tiro com arco
É uma das poucas esportistas mexicanas que ganharam medalhas em Jogos Olímpicos, Copas do Mundo e Mundiais.
Maior medalhista
Paola Milagros já conquistou 13 medalhas nos saltos ornamentais
Caterine
Ibargüen
Colômbia / 35 anos
 
 
Atletismo
Tem duas medalhas olímpicas no salto triplo: prata em 2012 e ouro em 2016. Além disso, tem quatro medalhas em Mundiais de atletismo.
Maior medalhista
O ginasta Jossimar Calvo tem sete medalhas, sendo quatro ouros
Adriana
Díaz
Porto Rico / 18 anos
 
 
Tênis de mesa
Adriana pode ganhar até quatro medalhas em Lima. Ela competirá nos torneios de simples, duplas femininas, duplas mistas e por equipe.
Maior medalhista
O halterofilista Fernando Báez e o ginasta Luis “Tingui” têm 6 medalhas
Alexandra
Grande
Peru / 29 anos
 
 
Caratê
Está em terceiro no ranking mundial e em sexto na corrida por uma vaga nos Jogos de Tóquio. Em Lima, buscará seu terceiro pódio em Pans.
Maior medalhista
Edwin Cam, do tiro esportivo, foi ouro no Pan de Buenos Aires-1951
Nery
Brenes
Costa Rica / 33 anos
 
 
Atletismo
O velocista deu a Costa Rica sua única medalha de ouro no Pan nos últimos 28 anos ao subir ao lugar mais alto do pódio em Guadalajara-2011.
Maior medalhista
Sylvia Poll tem oito medalhas, sendo quatro de ouro
Paula
Pareto
Costa Rica / 33 anos
 
 
Judô
Ouro no Rio-2016, Paula chegou ao pódio em 32 das 34 competições que disputou desde 2012. No Pan, tem três pódios seguidos.
Maior medalhista
O cicista Walter Pérez tem nove medalhas no currículo
Roberto
Hernández
El Salvador / 30 anos
 
 
Tiro com arco
Neste ano, o salvadorenho foi bronze na segunda etapa da Copa do Mundo de Shanghai, na China.
Maior medalhista
Cristina López, da marcha atlética, é a única medalhista de ouro do país
Rubén
Limardo
Venezuela / 33 anos
 
 
Esgrima
Ouro na espada em Londres-2012 e vice mundial em 2013, na Hungria. Em Lima, defenderá seus títulos pan-americanos no individual e por equipes.
Maior medalhista
O halterofilista Julio Luna, com 10 medalhas, sendo quatro de ouro
Isaquias
Queiroz
BRASIL / 25 anos
 
Canoagem
Em 2016, Isaquias se tornou o primeiro atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma edição de Jogos Olímpicos.
Maior medalhista
O nadador Thiago Pereira, o “Mr. Pan”, tem 23 medalhas
Fonte: GDA

Para que serve o Pan?

Gafes, desfalques, desgaste, calendário carregado, esvaziamento. Esses fatores todos fazem muitos chamarem o evento, de maneira pejorativa, de Jogos Abertos do interior falado em espanhol.

Então, para que serve o Pan?

Nem tudo é tão desimportante nos Jogos. No passado, heróis olímpicos foram postos à prova nos Jogos das Américas. Foi o caso de Adhemar Ferreira da Silva. Já recordista mundial e um ano antes de conquistar o primeiro ouro olímpico no salto triplo, em Hensinque-1952, o brasileiro venceu a prova no Pan de Buenos Aires, na primeira edição dos Jogos.

João do Pulo assombrou o mundo ao saltar 17,89 m na mesma prova na Cidade do México-1975. O recorde mundial demorou dez anos para ser quebrado.

Em 1979, o mesmo João do Pulo subiu ao alto do pódio para receber o ouro no salto em distância. Dois degraus abaixo estava um certo Carl Lewis, futuro detentor de nove ouros olímpicos.

Indianápolis-1987 viu a seleção masculina surpreender os Estados Unidos na final. A vitória da geração de Oscar e Marcel sobre o time norte-americano, que tinha como destaques o pivô David Robinson, detonou profunda crise na terra do basquete.

O time naufragou na Olimpíada de Seul, no ano seguinte, ficando fora da final pela primeira vez na história (a exceção tinha sido em Moscou-1980, quando os EUA boicotaram os Jogos). Novo bronze obtido no Mundial da Argentina-1990 levou à decisão de aceitar os profissionais da NBA na seleção, algo que mudaria profundamente a modalidade.

Em Toronto-2015, na última edição do Pan, o ex-velejador Torben Grael, pai de Martine Grael, decidiu levar a filha para a disputa. Martine e Kahena Kunze tinham sido campeãs mundiais na classe 49er FX em 2014. Torben estava preocupado que a estreia da dupla em uma competição multidisciplinar fosse com a pressão da Olimpíada do Rio 2016. Queria proporcionar a experiência do Pan.

Mesmo sem enfrentar um nível de competição tão alto, as brasileiras ficaram apenas com a prata no Pan. Mas valeu a experiência. No ano seguinte, elas ganharam o ouro olímpico.

Não bastasse a importância em dar rodagem aos atletas, o Pan de Lima-2019 tem como atrativo especial valer classificação olímpica em 22 modalidades, um recorde na história dos Jogos. Modalidades como handebol, hipismo, pentatlo moderno, polo aquático, tênis, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo valem vaga direta aos campeões.

No momento, a menos de um ano da próxima Olimpíada, o Brasil já tem 41 atletas classificados para os Jogos de Tóquio-2020. Se a expectativa for cumprida em modalidades em que o país é favorito, esse número pode mais do que dobrar neste Pan.

Objetivo do COB

Embora esteja de olho na conquista do segundo lugar no quadro geral de medalhas no Pan de Lima, o Comitê Olímpico do Brasil afirma, oficialmente, que o objetivo principal é classificar o maior número de atletas para a Olimpíada de Tóquio, no ano que vem.

? Vinte e duas modalidades terão vaga de forma direta, índice ou ganho de pontuação no ranking mundial que aceleram ou bonificam o atleta para Tóquio-2020 ? diz Jorge Bichara, diretor de esportes do COB, de olho em aumentar a delegação olímpica.

Há modalidades em que a classificação olímpica é considerada quase uma obrigação, como o handebol feminino, atual pentacampeão pan-americano.

? As classificações diretas são nosso principal objetivo, principalmente handebol, hipismo, polo aquático e tiro ? diz Bichara.

A segunda posição no quadro geral de medalhas, porém, não é um sonho distante. Essa colocação foi obtida pelo Brasil apenas uma vez, em São Paulo-1963.

Em Toronto-2015, na última edição do Pan, a delegação nacional conquistou vantagem significativa de seis ouros sobre Cuba, outrora um bicho-papão no Pan. Ficou distante do Canadá, que competiu em casa. Em Lima, essa briga deve ser mais acirrada.

? Não estabelecemos o segundo lugar como meta. Nas últimas edições, o Brasil tem obtido a terceira colocação. Mas estamos com uma equipe de excelente qualidade ? pondera o dirigente.

Fonte: O Globo


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