“Ta mal, Arão!”. Os gritos de Jorge Jesus durante o período de treinos do Flamengo se tranformaram em elogios depois da estreia do técnico no jogo decisivo contra o Athletico-PR, pela Copa do Brasil.
Cotado para perder a vaga no novo esquema, que prevê apenas um volante, o jogador voltou a ser o ponto de equilíbrio em uma formação tática que exige mais dos medalhões do meio e do ataque, e a princíprio segue no time. Como primeiro ou segundo volante.
Os dados da partida na Arena da Baixada demonstram que, em todos os setores, Arão apresentou bons números, superando Cuéllar na defesa e Diego em quesitos ofensivos.
– É um jogador muito inteligente e com intensidade muito alta. Ele é sempre igual em qualquer momento do jogo – disse o comandante português.
O volante fez ao todo três desarmes e finalizou uma vez a gol, por exemplo. De 24 passes, errou cinco. O colombiano acabou substituído por Jesus, que manteve Arão até o fim, e não conseguiu desarmar em nenhuma jogada. Embora tenha errado apenas um em 24 passes, Cuéllar não chegou ao ataque. E se mostrou fora de sintonia por não ter treinado com o grupo durante a Copa América. Arão disse que está pronto para o que Jesus lhe pedir.
– Joguei de primeiro volante no começo da carreira, me sinto bem nas duas. Se precisar, e ele me escolher, vou fazer o que ele pedir. Independente da posição, vou cumprir a função – avisou Arão.
Estrelas precisarão se adaptar
No esquema de Jorge Jesus, as estrelas do Flamengo se viram obrigadas ao maior cumprimento de funções táticas defensivas, e sofreram para criar as situações de perigo contra o Athletico-PR. Sem Diego e Éverton Ribeiro, que entraram no segundo tempo, o quarteto ofensivo se dividiu entre os atletas que conseguiram aliar combate e produção de jogadas de gol ? Arrascaeta e Gabriel ? e os que não se encaixaram bem na nova formação ? Bruno Henrique e Vitinho.
Embora tímido no primeiro tempo, em razão de estar preso na marcação pelo lado esquerdo, Arrascaeta finalizou uma vez, fez um lançamento e dois passes para gol, além de ter errado cinco passes em 33. A postura ativa na defesa não gerou desarmes do uruguaio.
Quem se destacou neste quesito e em outros foi Gabriel. Além do gol, finalizou quatro vezes, deu dois passes para chutes a gol e ainda fez um desarme. Ainda se movimentou bastante e foi participativo com baixo índice de erros de passes – dois em 23.
Vitinho, cobrado por Jorge Jesus durante a partida, não fez o que dele se esperava. O atacante, novidade no time titular, finalizou duas vezes, mas deu apenas quatro passes certos.
Bruno Henrique, o jogador mais agudo do Flamengo no primeiro semestre, também se envolveu pouco nas jogadas coletivas e errou cinco passes de 18. Arrematou a gol apenas uma vez e fez quatro faltas, mas não roubou uma bola. Quem entrou melhor no jogo foi Éverton Ribeiro. Em pouco tempo, chutou a gol, deu passes e desarmou uma vez. Diego esteve tímido. Com dores, não criou nem finalizou. Ele segue reforço muscular e é dúvida domingo contra o Goiás.
Renê lidera passes certos
Na linha de defesa, o maior acerto foi de Renê, com 51 passes, dois errados. Além disso, também desarmou duas vezes, deu um lançamento e uma assistência para finalização. Do outr lado, Rodinei só roubou uma bola e errou três em 30 passes. A dupla de zaga foi bem. Léo Duarte não teve erros, fez um desarme e deu passe para finalização. Rodrigo Caio, por sua vez, roubou duas bolas, deu dois lançamentos e errou apenas três de 30 passes.
Fonte: O Globo