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Livre no mercado, Daniel Alves brilha aos 36 e não perde a Copa-2022 de vista



Quando Tite resolveu ir a Paris pessoalmente para visitar Daniel Alves, talvez nem ele imaginasse que a aposta no lateral-direito de 36 anos desse tão certo na Copa América. Dani contraria a lógica ao ser o destaque da seleção brasileira na competição. O merecido troféu de melhor jogador do torneio foi dado ao lateral justamente depois de uma temporada na qual ele passou boa parte lutando para recuperar a forma após sofrer a lesão no joelho que o tirou da Copa do Mundo. No torneio continental, Dani encontrou o melhor de seu jogo. Com liberdade, teve atuações de nível elevado, mostrando que a equipe ainda não pode se dar ao luxo de ficar sem ele.

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Daniel Alves é “good crazy”, o louco do bem, mas não é um delírio pensar que ainda tem pela frente um caminho de serviço à seleção. A capitania atual e o desempenho de destaque vieram justamente em um momento crucial na carreira: fora do Paris Saint-Germain, ele está prestes a decidir qual será seu próximo clube, no qual tentará se manter em alto nível para não perder de vista o objetivo de estar na Copa do Mundo de 2022.

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Daniel citou na véspera da final que iria se dedicar a vencer a Copa América porque a seleção era o único emprego dele no momento. O título foi ótimo, mas o futuro o aguarda. E não é na função de repórter, como ele brincou ao ser indagado no Maracanã a respeito do novo emprego:

? Eu já estava com uma certa idade aqui agora. E o resultado foi positivo. Para mim, o mais importante não é a idade, mas o resultado que eu posso dar. Sou muito concentrado no que eu posso oferecer a um grupo, à seleção, dentro e fora de campo. Quando me machuquei, deixei a mensagem de que iria lutar para estar na Copa seguinte. Meu pensamento não mudou.

Daniel foi um pilar importantíssimo na seleção a ponto de Tite dar a ele uma espécie de licença poética no lado direito. A capacidade de ser um construtor do jogo ofensivo da equipe ficou explícita aos quatro ventos. A jogada mais marcante foi a do primeiro gol contra a Argentina, mas vale lembrar que ele balançou as redes contra o Peru. Além de lateral, Dani foi volante e terminou a Copa América como meia.

Ao mesmo tempo, a personalidade para entrar em divididas ? dentro e fora de campo ? é sinal claro do papel de liderança na equipe, que vai além da braçadeira. Respeitado, Dani não sente peso de jogos grandes e está acostumado a vencer. Nem por isso perde o apetite por troféus. Por isso mesmo não se contenta em se afastar da seleção sem ao menos tentar chegar ao Mundial. A batalha física, até o momento, ele parecer estar vencendo.

Seja lá qual for o país de destino na Europa (voltar ao Brasil está fora de cogitação), quem receber Dani Alves na próxima temporada ganhará um aditivo importante no combustível da equipe. Dani tem 36 anos, 40 títulos e não quer parar por aqui.

Fonte: O Globo


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