O colete indica que o papel de Filipe Luís não será estar entre os titulares da seleção brasileira. Mas o lateral-esquerdo, ciente que as dores musculares na coxa direita o impedirão de entrar em campo, não se contenta em ser um mero espectador privilegiado. Com a autoridade de ser um dos mais experientes do grupo, ele vira uma espécie de auxiliar de Tite. Foi assim no segundo tempo contra o Paraguai e no jogo contra a Argentina.
Como a presença na final de domingo, contra o Peru, é incerta, há chance de que o papel de Filipe Luís na decisão novamente seja mais de incentivo e orientação do que de passes, marcação firme e construção de jogo – características de destaque dele.
Contra os argentinos, um jogo bastante tenso no Mineirão, foi possível ver que até os mais experientes, como Daniel Alves, receberam instruções de Filipe Luís. O olhar do lado de fora gera dicas de posicionamento, dá um reforço nas reclamações de Tite com arbitragem e percebe rapidamente quem se aproxima ao banco para pedir água.
– Cara, parece treinador. Toda hora fica orientando ali. É legal. Independentemente de estar jogando, procura passar orientações, ajudando o professor e a comissão técnica. Isso mostra a união e a força do nosso -grupo – comentou Éverton Cebolinha, que fez parceria pelo lado esquerdo com Filipe Luís.
A atuação do lateral como um assistente é uma mostra do papel de liderança que exerce no grupo atual da seleção. Ainda mais numa convocação que não tem Marcelo, um dos capitães no período pré-Copa do Mundo. O próprio Filipe teve essa honraria, em um jogo contra a Venezuela, em 2016, quando o trabalho de Tite ainda estava no início.
A relação entre Filipe Luís e Alex Sandro, que o substitui nesta Copa América por causa dos problemas físicos, também se mostra saudável.
– Sempre trocamos ideia. Procuramos ajudar um ao outro. Até mesmo no intervalo. Quando um está de fora, o outro vem para ajudar – comentou Alex, de 28 anos, cerca de seis anos mais novo.
Fonte: O Globo
