Teresópolis (RJ) – A combinação original era entre Filipe Luís e Neymar, que sempre se entenderam bem. Só que as lesões mudaram o desenho da seleção brasileira pelo lado esquerdo. A parceria pelo setor na final da Copa América contra o Peru, domingo, tem grandes chances de ser entre Alex Sandro e Éverton, repetindo a formação que começou a semifinal contra a Argentina.
Se individualmente a história de ambos com a camisa do Brasil ainda é curta, ainda mais quando se trata de atuações simultâneas. Alex Sandro e Cebolinha estiveram juntos em seis partidas, por 218 minutos. A soma representa cerca de dois jogos e meio.
O desafio passa a ser alcançar um desempenho tão eficaz quanto o modelo arquitetado por Tite inicialmente. Até mesmo amenizar o claro desequilíbrio de ações ofensivas na comparação com o lado direito – cenário explícito no jogo contra os argentinos. Vale lembrar que na Copa do Mundo o lado esquerdo, com Marcelo, Neymar e Coutinho, concentrou as ações da seleção com a bola no pé.
– Cada jogador tem sua característica. Não posso falar que jogo igual o Filipe. Mas não é tão difícil jogar com o Éverton, um jogador que tem tantas qualidades. Nosso grupo está entrosado. Sendo Filipe ou eu, fica fácil – comentou Alex Sandro, sem confirmar se será titular diante dos peruanos.
Na quinta-feira, a seleção treinou na Granja Comary e a presença do lateral-esquerdo na zona mista para falar com os jornalistas foi um indício de que ele pode ser titular pelo segundo jogo seguido. Alex Sandro entrou no intervalo das quartas de final por causa das dores musculares sofridas por Filipe Luís. E não saiu mais. Filipe não foi a campo, fez trabalho com a fisioterapia e é dúvida para a final.
Cebolinha é nome certo, sobretudo pela lesão de Willian – que entrou em quatro dos cinco jogos do Brasil na Copa América, inclusive substituindo o próprio Éverton no intervalo da vitória sobre a Argentina. O atacante atribuiu a dificuldade em campo ao fato de os argentinos terem usado um zagueiro, Foyth, na função de lateral-direito, medida que deixou o setor mais congestionado. Quando a Alex Sandro, o discurso não aponta restrições.
– O Alex tem muita força física. São dois jogadores que apoiam bem, defendem bem. Quem jogar, vai dar conta. No ataque, por questão de entrosamento, venho jogando mais com o Filipe. Mas treinei com o Alex também para o último jogo. Não tem dificuldade – comentou Cebolinha.
Tempo de Alex Sandro e Cebolinha juntos pela seleção:
Brasil x Argentina – 45 minutos
Brasil x Peru – 33 minutos
Brasil x Paraguai – 45 minutos
Brasil x Qatar – 14 minutos
Brasil x República Tcheca – 45 minutos
Brasil x El Salvador – 36 minutos
Total: 218 minutos
Fonte: O Globo