A perda de Andressa Alves, a quarta baixa por lesão, levantou a questão na seleção: por que as jogadoras estouraram às vésperas ou durante a Copa do Mundo? Mesmo quem se recuperou a tempo, precisa de cuidados. Marta conseguiu voltar, mas precisou de quase 20 dias de recuperação no meio da período preparatório. Cristiane, que veio de um histórico de lesões recentes, tem sido poupada na parte final das partidas. Antes de expor os motivos da série de cortes, todas saem em defesa dos preparadores físicos do Brasil.
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? As pessoas criticaram muito, mas não avaliaram como ele (Fabio Guerreiro, preparador físico da seleção) recuperou a mim e a Bia. A Andressa veio de uma temporada totalmente diferente. Acho injusto questionar o trabalho dele. Tinha treino que ele tirava o pé, tirava algumas meninas para não forçar tanto. Sinto por ele pois sei do esforço que fez para eu estar aqui ? disse a atacante Cristiane.
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Os problemas são mais estruturais, explicam. As convocadas originais estavam espalhadas por vários cantos do mundo. Mais especificamente por 10 países diferentes. Da Europa, passando pelos Estados Unidos, até a Coreia do Sul. Cada qual com um calendário e estrutura distintas.
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No Brasil, por exemplo, o Campeonato Brasileiro começou apenas em março. As jogadoras convocadas, como Andressinha, que estreou na terça-feira no Mundial, não jogou nem dois meses. Enquanto isso, a meia Andressa Alves, do Barcelona, vinha atuando desde julho do ano passado. Nem sempre durante os 90 minutos. Depois da final da Champions, teve três dias de “férias” antes de se apresentar à seleção.
? Foram quase 12 meses sem descansar. Meu corpo acabou sentindo. Tive cãibras no primeiro jogo, nos dois primeiros jogos corri 11 quilômetros. Me machuquei num lance bobo e poderia ter sido no jogo ? explica Andressa Alves, que sofreu lesão muscular durante exercícios de aquecimento no treino da véspera da partida contra a Itália.
Adriana (ainda cortada no Brasil), Fabiana e Erika vinham de lesões nos últimos tempos, mas tinham a confiança da comissão técnica, que esperavam recuperá-las. No caso da zagueira Erika, outra contusão, dessa vez lesão muscular na perna esquerda, às vésperas da estreia a tirou do Mundial.
Marta participou de toda a temporada do Orlando Pride e jogou as últimas seis partidas antes de ser liberada para a seleção. No meio da preparação, a atacante de 33 anos sofreu lesão na coxa.
Além de receber atletas nas mais diversas condições físicas, a comissão técnica não tem muita troca de informações com os clubes. E nem sempre há uma relação estreita para fazer um trabalho conjunto para recuperar a jogadora para algum torneio de seleção.
? Sempre disse que tinha dificuldade de alinhar a parte física da seleção. Na Europa, muitas estavam em atividade e outras vindo de férias. O calendário é diferente em cada lugar. Cada um tem período de preparação e de jogo diferente. Nosso preparador não tem controle da situação ? diz Vadão.
Fonte: O Globo
