Poucos nomes ganharam tanto peso internamente no Flamengo como o de Bruno Spindel. Novo diretor de futebol substituindo Carlos Noval, o “negociador” ganhou notoriedade no cenário político e futebolístico do clube. De gerente de marketing até a função de dirigente, virou o principal executivo rubro-negro em apenas seis anos. Mas, fica a pergunta: quem é o novo homem-forte e como esta ascensão aconteceu tão rápido?
Spindel ganhou os noticiários de maneira consistente no início deste ano. Junto a Marcos Braz, vice-presidente de futebol, foi um dos pilares nas conversas que desencadearam nos principais reforços desta temporada. Esteve no Uruguai para a negociação entre Arrascaeta e Cruzeiro, esteve envolvido no acerto com Jorge Jesus em Portugal…
Também foi quem retomou as conversas com o Santos por Bruno Henrique, mesmo após Braz ter dito que o Flamengo estava fora da negociação. Outro momento importante foram as negociações para que o Flamengo assumisse o controle do Maracanã ao lado do Fluminense. Foi importante na redução de custos do novo contrato pelo estádio.
– Queremos acima de tudo que a Nação se sinta em casa, que jogue junto, que vença com a gente. O Flamengo e o Maracanã chegaram a uma convergência que permitiu esse acordo, o que não significa que o clube não segue com o sonho do seu estádio próprio, que pode ser inclusive o Maracanã – declarou Bruno Spindel, CEO do clube, após o anúncio do acerto.
A promoção de Spindel ao novo cargo foi costurada na última segunda-feira, na Gávea, na reunião do Conselho Diretor. Após a eleição, o próprio mantinha o desejo de entrar no futebol e, embora tenha vindo do Marketing, sempre esteve aliado às decisões da principal pasta, tanto na obtenção de patrocínios como na aplicação de recursos do sócio-torcedor.
Spindel não carregou o status de negociador desde sempre. Quem o vê ligado a Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, pode lembrar que o dirigente também foi gerente de marketing e CEO do clube durante a gestão de Eduardo Bandeira de Mello. A boa relação com ambos os polos da política rubro-negra o tornou um conciliador durante as eleições de 2018 – foi escolhido como o pivô no processo de transição para a chapa roxa assumir a presidência.
Quem também teve papel importante na ascensão de Bruno Spindel foi Fred Luz. Neste caso, não por aliança, pela pelas seguidas sucessões. Quando Luz deixou seu cargo no marketing para virar CEO do Flamengo, Spindel assumiu a vaga. Pouco depois, o ex-dirigente foi afastado da função e coube ao atual diretor assumir a pasta. Diferentemente de outras peças do xadrez política, não costuma de aventurar em debates internos.
A nomeação de Spindel à direção de futebol, além de uma premiação pelo desempenho, também é tratado como uma movimentação de Luiz Eduardo Baptista, o BAP, vice-presidente de relações externas, para ter outro nome forte na alta cúpula. Por outro lado, a boa relação com Marcos Braz também movimenta o quebra-cabeça rubro-negro.
Fonte: O Globo