BRASÍLIA ? Jogador mais caro do planeta, ver Neymar em campo tem se tornado algo mais raro a cada ano que passa. A combinação de indisciplina, folgas e, principalmente, lesões fez com que o atacante fosse praticamente um turista nesta temporada. A lesão no tornozelo direito, sofrida na quarta-feira, o tirou da Copa América e o deixou com apenas 50,7% de presença nas partidas possíveis por Paris Saint-Germain e seleção brasileira.
O número é o pior desde que ele se transferiu do Santos para o Barcelona, em 2013. Quando mais brilhou pelo time catalão, na temporada 2014/2015, teve na assiduidade um ponto forte ? ele atuou em 83,7% das partidas possíveis. O percentual deste ano ainda pode piorar. Se o Brasil avançar até a final da Copa América, a presença de Neymar cairá para menos da metade.
Desde que chegou ao topo, campeão e artilheiro da Champions, que a presença de Neymar começou a diminuir. Foram duas lesões mais graves, no começo de 2018, quando fraturou o quinto metatarso, e no início deste ano, quando novamente sentiu dores no pé operado. As visitas constantes ao departamento médico fizeram com que perdesse muitos jogos pelo clube e pela seleção. Mas não é apenas isso que explica a queda.
Assim que se transferiu para o PSG, ao fim da temporada 2017, o atacante passou a acumular regalias que não possuía no Barcelona. A dispensa de algumas partidas é um exemplo. Com o nível de competitividade mais baixo do Campeonato Francês e o posto de contratação mais cara do clube, Neymar pode se dar o luxo de esticar folgas, aproveitar os dias a mais para visitar a casa em Mangaratiba, no estado do Rio.
Além disso, há problemas disciplinares. Na Copa América de 2015, arrumou confusão na partida contra a Colômbia, foi expulso e acabou suspenso pela Conmebol. Levou quatro jogos de suspensão. Este ano, foi flagrado acertando um soco no rosto de um torcedor rival depois da final da Copa da França. O gancho veio como consequência: três partidas fora das competições nacionais.
Para se ter ideia, nesta última temporada foram apenas 35 jogos disputados, menos do que o número de rodadas do Campeonato Brasileiro. Decisivo quando está em campo, Neymar precisa antes de mais nada descobrir o que precisa fazer para não passar tanto tempo fora dele.
Evolução da presença de Neymar em campo desde 2013:
2013/2014 ? 73,6% das partidas possíveis
2014/2015 ? 83,7% das partidas possíveis
2015/2016 ? 80% das partidas possíveis
2016/2017 ? 74,2% das partidas possíveis
2017/2018 ? 59,7% das partidas possíveis
2018/2019 ? 50,7% das partidas possíveis
Fonte: O Globo