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Tragédia no Chile: conheça os riscos à saúde do vazamento de gás



Nesta semana, seis brasileiros foram encontrados mortos em um apartamento em Santiago, no Chile. Segundo as autoridades locais, a causa da morte da família catarinense pode ter sido a inalação do monóxido de carbono (CO), um tipo de gás utilizado como força motora de alguns aparelhos domésticos, como aquecedores a combustível. Especialistas explicam que esse gás é incolor, inodoro (sem cheiro) e altamente tóxico, podendo levar à morte se inalado por longos períodos.

O monóxido de carbono pode provocar vazamento se os aparelhos estiverem mal posicionados ou sem manutenção – isso inclui geradores de energia e churrasqueiras. A asfixia é comum em situações em que o indivíduo fica confinado em um ambiente fechado ou sem janelas e a morte ocorre em questão de minutos. Entre os sintomas da asfixia por CO estão: dores de cabeça, sonolência, confusão mental, arritmias, turvação visual, fraqueza, tontura, dores abdominais e no peito, e vômito. Essas manifestações podem explicar porque os familiares dos turistas brasileiros disseram ter recebido telefonemas em que o grupo falava coisas desconexas e sem sentido.

Esses sintomas são causados pela redução da capacidade do organismo de distribuir oxigênio. “[O monóxido de carbono] se liga à hemoglobina (substância que dá a cor vermelha ao sangue e é responsável pelo transporte de oxigênio) de forma bastante ávida e estável, reduzindo drasticamente a capacidade de transporte de oxigênio no sangue”, explicou Gustavo Faibischew Prado, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), à BBC News Brasil.

Por causa dos riscos, especialistas ressaltam a necessidade de manutenção contínua dos equipamentos a gás. De acordo com a polícia chilena, a vistoria mais recente realizada no apartamento em que os brasileiros estavam hospedados foi feita em 2003. Na época, o local recebeu selo vermelho – uma indicação de perigo -, ou seja, precisava passar por manutenção urgente, que aparentemente não aconteceu. A inalação de monóxido de carbono é uma das principais causas de morte por envenenamento no mundo.

Como evitar?

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), é possível evitar acidentes através das seguintes medidas preventivas : 

  1. Caso tenha algum equipamento movido a monóxido de carbono, instale detectores no local – alguns são pequenos e funcionam com pilhas ou baterias. Vale lembrar que a instalação depende do tipo de gás: para gás natural, por exemplo, é recomendado colocar os sensores em paredes livres de obstáculos;
  2. O sistema de aquecimento ou qualquer aparelho doméstico movido a gás deve ser vistoriado por um técnico pelo menos uma vez por ano;
  3. Nunca use o fogão para aquecer a casa;
  4. Mantenha aparelhos domésticos movidos a gás a pelo menos 6 metros de uma saída de ar, como janela ou porta;
  5. Nunca deixe os veículos ligados na garagem – ainda que haja uma porta aberta.

Identificando um vazamento

O gás de cozinha, composto de gases como propano, butano e metano, também não possui cheiro, mas para evitar riscos de asfixia os fabricantes adicionam mercaptano, um aditivo que produz o odor característico que conhecemos. O vazamento geralmente é percebido pelo cheiro, mas há outras formas de confirmar o problema:

  1. Passar a esponja com água e sabão neutro nas conexões e superfícies suspeitas. Se surgirem bolhas, há um vazamento;
  2. Para quem utiliza gás encanado, a detecção de vazamento é realizada por meio de testes de estanqueidade para verificar as condições de toda a tubulação e conexões. O procedimento, realizado por profissionais habilitados, é uma exigência do Corpo de Bombeiros e é a única forma de garantir que não há vazamento no sistema, segundo o órgão.
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O que fazer em caso de vazamento?

Para gás incolor e inodoro, a identificação de qualquer sintoma associado a vazamento deve ser considerado um alerta; portanto, abandone o local e procure um serviço de emergência. Para o gás de cozinha, por exemplo, é importante tomar algumas medidas, como:

  1. Fechar a válvula de gás imediatamente;
  2. Abrir portas e janelas;
  3. Não utilizar nada que produza fogo, como isqueiros, fósforos, velas e cigarro;
  4. Não ligar ou desligar aparelhos eletrônicos, nem acionar interruptores de eletricidade (luzes ou campainha);
  5. Desligar a chave geral de eletricidade;
  6. Não usar telefone fixo ou celular;
  7. Acionar o número de emergência da concessionária de gás ou o Corpo de Bombeiros.

Cuidado com reformas

Durante as reformas é preciso ser cuidadoso para não danificar a tubulação e gerar um vazamento. “Atenção também deve ser dada ao posicionamento da tubulação de gás, como no uso de furadeiras, que podem danificar o tubo e gerar vazamentos”, disse Edson Moro, gerente Executivo de Operações da Comgás, à BBC News Brasil.

Fonte: Veja


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