Criado pelo casal Gustavo e Carolina Grehs, o app Desrotulando traduz as informações das embalagens e emite notas e destaques positivos e negativos de uma porção de alimentos no mercado.
Eles são divididos em 16 categorias, entre bebidas, carnes e congelados. Se o alimento não estiver listado, o usuário fotografa o rótulo e envia para avaliação.
“Hoje temos 20 mil itens e uma lista de 266 mil para entrar”, diz Carolina, que é nutricionista.
No bate-papo a seguir, ela conta mais a respeito do aplicativo:
SAÚDE: Como são definidas as notas dos alimentos?
Carolina Grehs: Nosso fundamento é o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, que recomenda aumentar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, reduzir os processados e evitar os ultraprocessados.
Numa gelatina ou refresco em pó de maracujá, por exemplo já não há quase nenhum resquício da fruta. Então a nota desse tipo de produto acaba sendo mais baixa.
Também sinalizamos quando há excesso de açúcar, sódio, gordura não especificada e aditivos controversos. E criarmos perfis premium do app, pagos, mais personalizados, com foco em perda de peso, alimentação infantil ou para quem tem problemas como hipertensão e diabetes.
O sucesso do aplicativo mostra que os rótulos geram muitas dúvidas. Por que isso acontece?
Os termos são muito técnicos. Como interpretar, digamos, o que são os açúcares e seus sinônimos listados? Nem todo mundo sabe o que é sacarose, maltodextrina… Falta transparência.
A Anvisa estuda melhorar a rotulagem no país, incluindo até um semáforo nutricional. Qual seria o melhor modelo?
Do ponto de vista do consumidor, a versão com advertências na frente do produto, indicando “Alto em açúcar”, “Alto em gordura”, é a mais eficiente.
Esse selo, semelhante ao que é usado no Chile, é simples, direto e facilita a compreensão.
Leia mais: Pesquisa mostra eficácia de alerta em rótulos de alimentos.
Fonte: Abril Saúde