Ficou um tremendo gosto amargo para o Vasco na estreia do técnico Vanderlei Luxemburgo no banco de reservas do Vasco. Apesar de jogar mal, o time vencia o Avaí até os 49 minutos do segundo tempo. Mas levou um gol que fez com que o placar ficasse em 1 a 1, impedindo aquela que seria a primeira vitória cruz-maltina no Brasileirão. Por isso, o Vasco, com dois pontos em cinco rodadas, continua na última posição.
A sensação de que, apesar da falta de inspiração, dava para o Vasco ter vencido é representada por um lance em especial: ainda estava 1 a 0 quando Fellipe Bastos perdeu uma chance absurda na pequena área. Isolou.
A tensão ficou clara no semblante dos jogadores na saída de campo. E se estendeu ao discurso.
? Um sacrifício para fazer um gol, e na última bola toma um gol de cabeça. Tem que cobrar dentro do vestiário, tomar vergonha na cara. A gente não pode tomar um gol desse ? disparou o atacante Rossi, criticando a pior defesa do campeonato, ao lado do Cruzeiro, com 11 gols sofridos até aqui.
Em que pese o sentimento de frustração, a boa notícia envolve Sidão. Sem culpa no gol do Avaí e com apoio maciço da da torcida, o goleiro mostrou resiliência para superar a terrível estreia. Se houvesse prêmio de melhor em campo, o voto nele passaria longe de ser brincadeira de mau gosto.
No outro lado da moeda, uma derrota seria injusta para o Avaí, já que o time catarinense foi quem pressionou durante a maior parte do tempo ? até por isso atuação de Sidão foi destaque.
No banco de reservas, o embate entre Geninho e Luxemburgo, dois técnicos experientes, foi representado pela gritaria dos dois. No primeiro tempo, os microfones da transmissão flagraram uma situação inusitada. Depois de reclamar com o quarto árbitro da falta de revisão de um lance na área vascaína por parte do VAR, Geninho exclamou:
? Me dá uma bala, me dá uma bala que eu vou chupar.
Luxemburgo, por outro lado, gesticulou muito para tentar arrumar o time que nada produziu ofensivamente,não jogou de forma compactada e ainda errou muitos passes. Maxi López só apareceu quando foi nocauteado por Sidão em uma bola alta defensiva. O que teve de jogador tropeçando na bola e se afobando… O destaque do Vasco no primeiro tempo foi um lance específico: um drible de Andrey no meio campo. E só.
No segundo tempo, o Vasco melhorou um pouco à base da vontade e das mudanças. Jairinho, por exemplo, entrou querendo mostrar serviço. Mas ainda assim era o time catarinense quem estava melhor.
Só que um erro da arbitragem ? que o protocolo do VAR não teve como impedir ? foi crucial para o enredo do jogo. Um cruzamento de Rossi foi tão mal feito que até o árbitro Ricardo Marques Ribeiro, equivocadamente, pensou que a bola foi desviada pelo marcador.
Após a cobrança, o Vasco girou a bola, e Rossi teve nova chance para cruzar. E não é que acertou? O zagueiro Ricardo fez 1 a 0.
Mas o Avaí não esmoreceu e continuou perseguindo o gol. Esse desespero gerou espaços lá trás,e foi nessa leva que , aos 43 minutos, Fellipe Bastos teve a já citada chance de marcar e absurdamente perdeu.
Quando a fase não é boa, todo cuidado é pouco. E precaução o Vasco não teve. O cruzamento de Luan Pereira achou um desmarcado Daniel Amorim: gol de empate nos acréscimos.
Foi cruel para o torcedor, que já estava prestes a comemorar a vitória.
?Trocaria o meu gol pela vitória. Tem que ficar puto mesmo, tem que doer ? disparou Ricardo.
Na próxima rodada, o Vasco visita o Fortaleza, no Castelão. Luxemburgo vai ter muito trabalho.
Fonte: O Globo