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Quanto custa ser torcedor na Série A? Confira o ranking



Alexandre Silva Gomes conta orgulhoso que tem um cavalinho original do “Fantástico?. Ele descobriu o contato do responsável pelos fantoches do programa de TV e fez a encomenda. Pagou R$ 160, uma pechincha para o empresário de 38 anos, que somou seus gastos mensais com o Vasco por mês e descobriu que destina cerca de R$ 990 por paixão.

? Minha mulher vai me largar depois dessa reportagem, hein ? brinca.

O preço de ser um torcedor roxo
Custos mensais de plano sócio-torcedor (ST), pay-per-view e
camisa oficial, em R$
O torcedor do Palmeiras é o que pode gastar mais por mês para ser engajado: R$ 880,72
Com ST máximo*
Com ST mínimo**
Palmeiras
880,72
118,72
São Paulo
589,73
112,73
Grêmio
535,73
133,73
Corinthians
456,56
109,86
Athetico PR
451,56
191,56
Botafogo
416,56
111,46
Flamengo
370,63
130,63
Bahia
338,23
143,23
Cruzeiro
305,73
130,73
CSA
296,56
116,56
Fluminense
292,13
110,63
Chapecoense
275,73
110,73
Fortaleza
268,55
123,55
Ceará
256,56
116,56
Avaí
252,39
112,39
Santos
242,73
127,73
Goiás**
219,59
219,59
Internacional
215,73
100,73
Vasco
210,71
115,71
Atlético MG
208,84
109,56
Percentual em relação à renda média por cidade
Levando-se em conta o salário médio das cidades medido pelo IBGE,
o torcedor do CSA é o 3º que paga mais caro entre os fanáticos do Brasil
Máximo (em %)
Mínimo (em %)
Palmeiras
22,93
3,09
São Paulo
15,35
2,93
CSA
14,27
5,61
Grêmio
13,61
3,40
Bahia
13,46
5,70
Athetico PR
12,94
5,49
Botafogo
12,67
3,39
Fortaleza
11,97
5,51
Corinthians
11,89
2,86
Ceará
11,44
5,20
Flamengo
11,27
3,97
Cruzeiro
10,52
4,50
Fluminense
8,88
3,36
Goiás**
8,45
8,45
Chapecoense
8,14
3,27
Avaí
7,45
3,32
Atlético MG
7,18
3,77
Vasco
6,41
3,52
Santos
6,32
3,33
Internacional
5,48
2,56
*Foram somados o valor do pacote de PPV, o preço máximo do sócio-torcedor e o preço da camisa oficial divido pelos 12 meses
**Foram somados o valor do pacote de PPV, o preço mínimo do sócio-torcedor e o preço da camisa oficial divido pelos 12 meses
***O Goiás afirma ter o plano de sócio-torcedor em reestruturação

O preço de ser um
torcedor roxo
Custos mensais de plano sócio-
torcedor (ST), pay-per-view e
camisa oficial, em R$
O torcedor do Palmeiras é o que pode gastar mais por mês para ser engajado: R$ 880,72
Com ST
máximo*
Com ST
mínimo**
Palmeiras
880,72
118,72
São Paulo
589,73
112,73
Grêmio
535,73
133,73
Corinthians
456,56
109,86
Athetico PR
451,56
191,56
Botafogo
416,56
111,46
Flamengo
370,63
130,63
Bahia
338,23
143,23
Cruzeiro
305,73
130,73
CSA
296,56
116,56
Fluminense
292,13
110,63
Chapecoense
275,73
110,73
Fortaleza
268,55
123,55
Ceará
256,56
116,56
Avaí
252,39
112,39
Santos
242,73
127,73
Goiás**
219,59
219,59
Internacional
215,73
100,73
Vasco
210,71
115,71
Atlético MG
208,84
109,56
Percentual em relação à renda
média por cidade
Levando-se em conta o salário médio das cidades medido pelo IBGE, o torcedor do CSA é o 3º que paga mais caro entre os fanáticos do Brasil
Máximo
(em R$)
Mínimo
(em R$)
Palmeiras
22,93
3,09
São Paulo
15,35
2,93
CSA
14,27
5,61
Grêmio
13,61
3,40
Bahia
13,46
5,70
Athetico PR
12,94
5,49
Botafogo
12,67
3,39
Fortaleza
11,97
5,51
Corinthians
11,89
2,86
Ceará
11,44
5,20
Flamengo
11,27
3,97
Cruzeiro
10,52
4,50
Fluminense
8,88
3,36
Goiás**
8,45
8,45
Chapecoense
8,14
3,27
Avaí
7,45
3,32
Atlético MG
7,18
3,77
Vasco
6,41
3,52
Santos
6,32
3,33
Internacional
5,48
2,56
*Foram somados o valor do pacote de PPV, o preço máximo do sócio-torcedor e o preço da camisa oficial divido pelos 12 meses
**Foram somados o valor do pacote de PPV, o preço mínimo do sócio-torcedor e o preço da camisa oficial divido pelos 12 meses
***O Goiás afirma ter o plano de sócio-torcedor em reestruturação

 

Longe do apartamento de Alexandre, na Barra da Tijuca, Marcelo Davidovich, advogado, 57 anos, atende os clientes no Centro numa sala de reuniões em que o copo com escudo do Botafogo na mesa é a única pista de sua paixão. Ele sorri, ao ser perguntado quanto gasta com o Alvinegro por mês. Após os cálculos, chega a R$ 1.550.

? Fizemos a conta por baixo. É mais ? afirma.

Os dois são pontos fora da curva de torcedores engajados economicamente aos clubes. Pessoas que convertem a paixão clubística em compras das mais variadas ? assinatura do pacote de jogos na TV, mensalidade como sócio, bilheteria, produtos oficiais.

Além do evidente consumismo que move esses torcedores, existe a sensação de estar efetivamente ajudando a instituição. Esse é o principal apelo que os departamentos de marketing fazem na tentativa de convencer mais torcedores a assumirem novos gastos mensais. Com alguns, funciona.

? Só a torcida do Vasco pode tirar o clube dessa situação em que está. Não tem jeito ? diz Alexandre.

O aumento do abismo financeiro entre alguns clubes do Brasil nos últimos anos faz com que aqueles fãs com maior poder aquisitivo gastem mais do que precisam, conscientemente. Davidovich paga a mensalidade de sócio-torcedor para alvinegros menos abastados e afirma comprar mais de 30 peças da coleção anual do Botafogo, incluindo uniformes de jogo, de treino, de viagem e o que mais o clube lançar. Muitas delas são doadas em seguida.

? Ser Botafogo é quase como estar numa confraria. Não quero que o clube acabe. Não sou um Moreira Salles ( família ligada ao Itaú/Unibanco, que pretende reorganizar o futebol do clube ), mas ajudo como posso.

Mas não é preciso gastar como Alexandre ou Marcelo. Os clubes já entenderam que o desejo de contribuir de alguma forma existe em qualquer classe social.

Marcelo Davidovich é torcedor do Botafogo com gastos na ordem de R$ 1,5 mil por mês Foto: Bruno Marinho
Marcelo Davidovich é torcedor do Botafogo com gastos na ordem de R$ 1,5 mil por mês Foto: Bruno Marinho

 

Bancos digitais em alta

Entre os clubes da Série A, o Palmeiras é o que tem maior diferença entre gasto máximo e mínimo, se for levado em consideração um engajamento padrão ? compra dos jogos pela TV, plano de sócio torcedor e compra de uma camisa oficial por ano.

Outros apostam nos custos mais baixos. Clubes com forte entrada nas camadas mais populares, como Vasco, Internacional e Atlético-MG, tentam seduzir os torcedores dessa forma.

O Inter tem a mais barata versão de camisa oficial da Série A (R$ 129,90), o que evita perder uma maior parcela da torcida para a a pirataria. Já o Flamengo confia no engajamento de sua torcida, a maior do país.

? Acho que a torcida do Flamengo entende bem qual é a participação dela no futuro e na grandeza do clube ? salienta Maurício Portela, diretor de marketing. É com base nessa confiança que a nova esperança do rubro-negro (e de outros clubes) para gerar receita às custas da torcida é a parceria com bancos digitais, como o BS2 (Flamengo), o BMG (Vasco, Corinthians e Atlético-MG) e Digi+ (Cruzeiro e Athletico-PR.

O movimento começou com a parceria do Banco Inter com o São Paulo, em 2017. Segundo Priscila Salles, diretora de marketing da empresa, atualmente quase 10% dos correntistas são vinculados de algum modo ao clube, que recebe 50% do lucro gerado nas movimentações das contas.

? Conversamos com vários clubes desde 2018. Estamos satisfeitos com o São Paulo e queremos ampliar.

Banco Inter é patrocinador do São Paulo desde 2017 Foto: ADRIANA SPACA / FramePhoto / AGÊNCIA O GLOBO / Agência O Globo
Banco Inter é patrocinador do São Paulo desde 2017 Foto: ADRIANA SPACA / FramePhoto / AGÊNCIA O GLOBO / Agência O Globo

 

Fonte: O Globo


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