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Com virada histórica, Fluminense vence o Grêmio por 5 a 4 pelo Brasileiro



Um campeonato criticado pela pobreza de seus jogos pode ser salvo pela ousadia de técnicos como Fernando Diniz e Renato Gaúcho e pelo compromisso dos elencos com as ideias que defendem. Foi esse respeito ao apetite instintivo pelo ataque que possibilitou a vitória épica do Fluminense, por 5 a 4, neste domingo, na Arena do Grêmio ? a primeira do time no Brasileiro e uma das mais saborosas da história do campeonato. Mesmo fora, o Flu teve 57% de posse de bola, contra 43% do rival.

Não é sensato cobrar de Diniz, contratado em janeiro, a mesma maturidade da equipe de Renato, no cargo há quase três anos e à frente de um elenco superior. Ainda assim, espantou como os donos da casa colocavam os cariocas na roda.

Os gaúchos ocuparam o ataque e fizeram 3 a 0 explorando essencialmente os espaços pelos lados. Na direita, Gilberto foi facilmente batido pela trama de Jean Pyerre e Cortez, que terminou em finalização de André, ratificada pelo VAR. Do outro lado, Caio Henrique terminou envolvido no lance da finalização de cabeça de Everton, aos 12. E o atropelamento parcial ainda teria um golaço do talentoso Jean Pyerre, aos 21.

O clima já era de “lá vêm eles de novo? quando os jogadores do tricolor incorporaram o espírito do time de guerreiros numa versão ultra-ofensiva. A recompensa veio já na primeira troca de passes coesa no campo ofensivo. Uma tabela de Caio Henrique com Allan passou pela má finalização de Luciano antes de sobrar para Yony guardar aos 38. Dois minutos depois, o goleiro Júlio César tentou sair jogando e foi desarmado pelo camisa 18, que deixou a diferença em apenas um gol antes do intervalo.

A essa altura, as duas partes já haviam sido contaminadas pela ambição. Numa única tacada, Diniz deixou o time mais ofensivo, ao trocar Airton por Daniel, e mais sólido na marcação, ao ajustar a segunda linha.

O abafa inicial se repetiu nos primeiros minutos da segunda etapa, com inversão de papéis. O Fluminense insistiu pelo alto, e Matheus Ferraz parou duas vezes em Júlio César. Água mole, pedra dura, a terceira investida do zagueiro tricolor, em rebote após conclusão de Luciano, entrou.

O camisa 3, homem mais usado por Diniz na temporada, continuou a capitanear a reação tricolor. Aos 23, ele foi derrubado por Kannemann dentro da área. Depois do ok do VAR, Pedro cobrou o pênalti e virou.

Numa dessas empolgantes gentilezas do roteiro, o defensor argentino passou de vilão a candidato a herói quando voltou a empatar a partida, aos 38 minutos.

Cada bola que balançava a rede servia como um convite a potenciais heróis. Depois de Ferraz e Kannemann, houve outros candidatos, como Luan, André e Marinho, do lado gremista. Qualquer um deles poderia ter marcado. Mas o premiado acabou sendo Yony, que aproveitou bola sobrada no início da área, contou com o desvio de Léo Moura e fez o quinto do Fluminense.

? Mostramos superação, garra. O jogo foi gigante, né? Um jogaço. Fomos mais felizes, criamos, finalizamos mais e estamos de parabéns. Batalhamos e ganhamos ? comemorou Matheus Ferraz ainda no gramado.

Por pouco,o jogo não teve seu placar alterado por uma interferência tardia do VAR. Raphael Claus foi ao monitor para verificar um possível toque de mão. Mas manteve sua interpretação e deixou rolar a festa tricolor em Porto Alegre.

Fonte: O Globo


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