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Em campo, ideias parecidas e estágios distintos de Fluminense e Santos



Era justa a expectativa em torno do Santos x Fluminense, o encontro de dois técnicos que se aproximam no gosto pela posse de bola, pela orientação ofensiva. Mas o duelo da Vila Belmiro mostrou que, em especial no trabalho de bola, na organização para atacar, o time de Jorge Sampaoli está em estágio bem mais avançado do que o de Fernando Diniz. O esperado jogo entregou o que prometia no segundo tempo quando, a rigor, o Santos poderia ter feito mais do que os 2 a 1 do placar: finalizou muito e Rodolfo evitou mais gols.

Há boas notícias para o tricolor? A rigor, uma: Pedro vai somando minutos após a lesão e ontem fez seu primeiro gol desde a volta. No mais, a dificuldade de transformar controle da bola em progressão no campo preocupa: o time infiltra pouco na defesa rival. E, ontem, houve atuações ruins, em especial de Bruno Silva. Parece pouco à vontade quando recebe a bola para iniciar as jogadas. Um erro seu originou o segundo gol.

Para quem se interessa por soluções táticas que fogem ao lugar comum, o primeiro tempo teve seu valor. Mas os times criaram pouco. Curiosamente, o encontro entre dois times moldados para serem ofensivos teve vantagem das defesas.

Ao atacar, o Santos mantinha três defensores, sendo que Lucas Veríssimo até se projetava como lateral, embora marcasse mais do que atacasse. Jorge, o lateral esquerdo na fase defensiva, transformava-se em meia com a bola num time que tentava chegar com muitos homens ao ataque.

O Fluminense tinha Caio Henrique, como de hábito, partindo da lateral para o centro, deixando Everaldo pela ponta. E Luciano repetia o movimento de recuar para ajudar na armação, sem resolver a falta de fluência na troca de passes do tricolor, que sofria com falta de profundidade. Ainda assim, foi de Luciano a melhor chance de gol, logo no início.

O jogo mudou quando Sampaoli, no intervalo, trocou um zagueiro pelo lateral Victor Ferraz. Depois, lançou Jean Lucas e engoliu o meio-campo tricolor, a ponto de o gol parecer questão de tempo. Até que jogada de Rodrygo pela direita terminou no gol de Sasha.

Pedro desconta no fim

O Fluminense, que acumulava jogadores para fazer a saída de bola pelo chão, passou a errar muito sob pressão, e o Santos empilhava chances. Fez 2 a 0 com Sanchez e poderia ter feito mais. Diniz, que colocara Pedro no lugar de Airton, lançou Léo Arthur e Pablo Dyego, mas a força ofensiva não aumentou. Pedro descontou em cruzamento de Everaldo, mas o empate nunca pareceu próximo. O Brasileirão apresenta uma realidade ameaçadora para o tricolor.

Fonte: O Globo


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