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Novo tipo de demência é descoberto



Entre os tipos de demência, o Alzheimer é o mais conhecido. Entretanto, pesquisadores descobriram uma nova forma de demência que poderia ser ainda mais comum: a doença de Late. De acordo com um estudo, publicado recentemente na revista Brain, a doença tem sintomas semelhantes aos do Alzheimer, como perda da capacidade de memória e pensamento, mas afeta o cérebro de maneira diferente e mais lenta.

Segundo os novos achados, cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos apresentam o distúrbio. Isso significa que muitos pacientes podem ter recebido o diagnóstico Alzheimer quando na verdade tinham doença de Late.

“[Isso] pode nos ajudar a entender por que alguns testes clínicos recentes para o tratamento do Alzheimer falharam. Os participantes poderiam ter doenças cerebrais levemente diferentes”, comentou James Pickett, da Alzheimer’s Society, no Reino Unido, ao The Telegraph. O erro no diagnóstico ainda indica que as formas de tratar a doença de Late diferem das utilizadas em pacientes com Alzheimer. Ou seja, novas pesquisas precisam ser realizadas para entender o problema e desenvolver um tratamento direcionado.

Enquanto isso, cabe aos profissionais de saúde realizar o diagnóstico assertivo. Para ajudá-los, o Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos lançou  diretrizes que auxiliam na identificação do novo tipo de demência e na compreensão do seu progresso.

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Alzheimer x doença de Late

De acordo com especialistas, há anos surgiam relatos de pacientes que não se encaixavam perfeitamente nos tipos conhecidos de demência. Isso inclui o Alzheimer, cujo principal indicativo é a formação de placas de proteína amiloide e tau no cérebro, responsáveis pelos danos às células cerebrais que levam à perda de memória. No entanto, a autopsia de diversos pacientes diagnosticados com o problema mostrou que eles apresentavam outros sinais, como a presença de uma proteína chamada TDP-43 – agora conhecida como o indicador da doença de Late.

O acúmulo da proteína TDP-43 afeta a memória e as habilidades de raciocínio do paciente. Por esse motivo, o novo subtipo de demência poderia ser confundido com Alzheimer. No entanto, essa proteína prefere certas partes do cérebro em que as proteínas relacionadas ao aparecimento do Alzheimer estão menos envolvidas. “As modalidades de demência são frequentemente associadas a uma massa proteica, mas diferentes proteínas podem contribuir para a sua formação”, explicou Peter Nelson, principal autor do estudo, à CNN. 

Apesar disso, segundo os médicos, muitos idosos podem apresentar uma combinação das duas doenças neurodegenerativas, o que desencadeia maior declínio cognitivo. Diante disso, diversos cientistas acreditam que novos estudos devem buscar desvendar os mistérios que influenciam a atuação das proteínas que causam as diversas demências.

“Esta é uma área que será realmente importante no futuro. [Por exemplo,] quais são as vulnerabilidades individuais que fazem com que as proteínas se dirijam para determinadas regiões do cérebro? Não é apenas sobre a anormalidade da proteína, mas onde ela está”, comentou Sandra Weintraub, da Northwestern University, nos Estados Unidos, à CNN. 

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Mais pesquisas

Segundo especialistas, a proteína TDP está associada ao surgimento de outra forma de demência: a degeneração lobar frontotemporal, que representa de 5% a 10% dos casos de demência. Mas, segundo Nelson, a doença de Late é “100 vezes mais comum e ninguém sabe”. O resultado do estudo determinou que 25% dos pacientes com idade superior a 80 anos apresentavam o problema, embora tivessem recebido um diagnóstico diferente. 

Para a comunidade médica, a nova descoberta pode servir como “roteiro” para pesquisas futuras, que precisam ser realizadas para entender o novo tipo de demência e descobrir formas de tratá-lo e, se possível, preveni-lo. Já os pesquisadores ressaltaram que a doença de Late deve causar impacto na saúde pública semelhante ao do Alzheimer até que novas estratégias de tratamento e prevenção sejam descobertas.

“Esse tipo de pesquisa é o primeiro passo para um diagnóstico mais preciso e um tratamento personalizado para a demência, como começamos a ver em outras doenças graves, como o câncer de mama”, concluiu Nelson, ao The Guardian

Fonte: Veja


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