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Brasileirão começa com muitos gols e estádios mais cheios. Desafio é manter a média



Foi apenas a primeira rodada e, portanto, a amostragem para tirar conclusões aprofundadas ainda é muito pequena. Só que os indicativos trazidos pelos números deste começo do Campeonato Brasileiro já geram uma expectativa positiva em relação à edição 2019 da competição. O saldo foi de casa cheia (para os padrões da Série A) e muitas bolas na rede.

Os jogos do fim de semana tiveram a segunda maior média de gols das primeiras rodadas da Série A na era dos pontos corridos: 3,3 gols por partida, mesmo número de 2017. Em 17 edições da fórmula atual, só em 2007 a média de gols na “largada? foi maior: 3,9.

Com quatro gols na estreia, Palmeiras, Ceará e Athletico-PR foram os times que mais contribuíram para esse desempenho. Individualmente, Bruno Henrique (Flamengo), Ricardo Bueno (Ceará), Everaldo (Chapecoense) e Zé Rafael (Palmeiras), que marcaram duas vezes, saíram na frente na artilharia.

? É uma média excelente. É claro que com uma rodada não dá para determinar os rumos das equipes, mas, sem dúvida, foi um início promissor, que mostra a qualidade dessa competição ? analisou o ex-técnico Carlos Alberto Parreira, que faz parte do grupo de estudos técnicos da Fifa para análise dos dados das Copas do Mundo.

O técnico campeão do mundo em 1994 entende que há treinadores com filosofias interessantes de jogo:

? Existe a vontade de fazer um futebol mais atraente. Vi muitos usando três e até quatro atacantes. Abel Braga, Renato Gaúcho, Rogério Ceni, entre outros.

O desafio é verificar até que ponto os times continuarão corajosos quando os objetivos de cada uma ? título, vaga na Libertadores ou rebaixamento ? ficarem mais claros.

Margem para crescimento de público

Outro dado da primeira rodada que chamou a atenção diz respeito à presença de torcedores nas arquibancadas. A média de público atingiu 20.368 pagantes por partida. É, de longe, o melhor desempenho entre as primeiras rodadas dos pontos corridos. Quem teve o melhor público na estreia foi o Grêmio, que levou 32.318 pagantes para o interessante confronto com o Santos de Jorge Sampaoli.

Oito das dez partidas foram em estádios modernos e de grande porte. Só Atlético-MG, no Independência, e Chapecoense, na Arena Condá, usaram palcos mais “acanhados?. Esse fator gera uma ressalva na análise. Ainda há margem muito grande para crescimento do percentual de ocupação dos estádios da elite brasileira. Nesses oito jogos citados, a taxa de ocupação média ficou em 38%.

? Vários estádios ainda estão vazios. Não pode soltar rojão porque aumentou para 20 mil. A média na Alemanha, por exemplo, é muito maior, lá para 40 mil. A CBF e os clubes fazem quase nada para lotar o estádio, mas, de qualquer forma, é melhor 20 mil do que 12 mil, como no ano passado ? disse Amir Somoggi, consultor de gestão e marketing esportivo.

Segundo Amir, apesar da falta de promoção devida das partidas e ações que visem às melhorias na experiência do torcedor, alguns fatores explicam a procura pelos jogos em início de Série A:

? Primeira rodada é empolgação. Os times com maior investimento são os que acabam levando mais público. Em geral, o time começa a ir mal e o torcedor para de ir.

A primeira rodada também marcou a estreia do VAR na Série A. Em nove das dez partidas, houve consulta ao árbitro de vídeo na tomada de decisão de campo. Só no Flamengo x Cruzeiro não foi necessário.

Fonte: O Globo


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