O Brasileirão da Série A começa neste sábado e, até dezembro, alimentará as polêmicas em mesas de bar e as provocações de segunda-feira de manhã no trabalho. Com as peculiaridades que nos fazem amá-lo e odiá-lo na mesma intensidade, o campeonato se estende pelos próximos sete meses.
Como um aquecimento ao longo desta semana que antecede a abertura do nacional, o GLOBO convidou 47 especialistas, entre jogadores em atividade, ex-atletas, técnicos e jornalistas de diversos veículos e regiões do país para uma eleição que determinasse quais foram os 50 maiores jogadores dos primeiros 16 anos da era dos pontos corridos, que começou em 2003 e terá sua 17ª edição neste ano. A meta era trazer diferentes olhares e preferências para chegar à nata.
De segunda até sexta-feira, dez nomes foram revelados por vez. Relembre, clicando aqui, a primeira (do 50º ao 41º), a segunda (do 40º ao 31º), a terceira (30º ao 21º) e a quarta (20º ao 11º) partes. E confira abaixo o top 10.
10º ? Emerson Sheik
Atacante
Ninguém tinha a menor ideia de quem era o ponta veloz que o Flamengo trouxera do Qatar aos 31 anos. Jogou 14 partidas em 2009, nas quais fez 7 gols, mas não ficou para ver o título: ainda tinha alma mercenária. Foi campeão no ano seguinte pelo Flu em 2010 e pelo Corinthians em 2011. A partir daí, o Sheik de Nova Iguaçu nunca mais precisou de crachá.
9º ? Petkovic
Meia
O “Rambo” de Majdanpek já era o Pet desde o inesquecível tri estadual de 2001, pelo Fla. Em 2004, o sérvio chegou da China para um Vasco medíocre. Nunca jogara tão bem no Brasil: fez 18 gols e livrou São Januário da primeira queda. Passou por Flu, Goiás e Galo até que, em 2009, quase sem pernas, foi fundamental no hexa do Flamengo, com o gol olímpico que lhe era peculiar. Retirou-se em 2010.
8º ? Hernanes
Volante/Meia
O recifense apareceu para o mundo quando foi improvisado na lateral direita e dominou um jogo contra o Flamengo. Na verdade, tratava-se de um volante construtor: sua leitura fácil e seu explosivo chute de direita o firmaram como titular em dois dos três títulos do São Paulo. O Profeta voltou ao Morumbi em 2017, após atuar na Itália e na China, e parecia ter superpoderes em relação aos demais tamanha a facilidade com que atuava. Veremos o que fará em seu segundo retorno.
7º ? Cássio
Goleiro
O terceiro goleiro deste Top 10 era um gigante de 1,96m e 20 anos quando deixou o Grêmio rumo à Holanda.No Corinthians, ganhou a vaga em 2012 e nunca mais saiu, a não ser por lesões. Reflexos ágeis, milagres e seriedade fizeram deste veranense um herói nos títulos de 2015 e 2017. Aos 31 anos, passa a sensação de que está só começando.
6º ? Conca
Meia
O argentino de 1,67m foi o principal nome do Fluminense em 2010. Disputou todas as 38 partidas da competição ? uma façanha que nem goleiros conseguem hoje em dia ? e ainda terminou como artilheiro da equipe, com 9 gols e 18 assistências. Canhoto, ficou conhecido por sua habilidade na construção das jogadas e pelos dribles desconcertantes.
5º ? Fábio
Goleiro
Matogrossense de Nobres, o goleiro revelado pelo Athletico-PR entrou na era dos pontos corridos pelo Vasco e logo em 2005 tornou-se sinônimo cruzeirense, presente em todas as edições da fórmula atual. Foi bicampeão em 2013/14 e, aos 38 anos, continua a mostrar elasticidade, segurança e fé evangélica nas entrevistas. A dúvida permanece: por que não jogou tanto pela seleção?
4º ? Éverton Ribeiro
Meia
Discreto no Corinthians, demorou a desabrochar como lateral. Já como meia, chamou a atenção no Coritiba, mas foi no Cruzeiro de 2013/14 que o paulista de Arujá mostrou um futebol de designer, com direito a inesquecível lençol-com-golaço numa vitória pela Copa do Brasil sobre o Flamengo, clube que o resgataria de Dubai em 2017. Aos 30 anos, é sério candidato a melhor do país.
3º ? Alex
Meia
O curitibano precisou de muito menos jogos nos pontos corridos para chegar ao pódio. Crucial no Cruzeiro de 2003, saiu no meio de 2004 e só voltaria para encerrar a carreira no Coritiba do coração. “Acho que fui lembrado porque o Cruzeiro do Luxemburgo jogava um futebol que encantava. Ninguém mais joga daquele jeito?, disse ao GLOBO.
2º ? Fred
Atacante
Centroavante como não se fabrica mais, o mineiro de Teófilo Otoni chega a 2019 com 35 anos e o cartaz de maior artilheiro dos pontos corridos, com 142 gols ? foi máximo goleador em 2012, 2014 e 2016. Quando se aposentar, será lembrado como o maior ídolo da história do Flu, onde ganhou em 2010 e 2012. No Cruzeiro, empilhará recordes, caso o corpo lhe permita.
1º ? Rogério Ceni
Goleiro
Há quatro anos, o paranaense Rogério Ceni, encerrava uma carreira repleta de recordes que mudou o jeito de ver os goleiros no Brasil. Tricampeão nacional e constantemente na parte de cima da tabela ? sempre com o São Paulo ?, marcou 131 gols, 58 deles na Série A dos pontos corridos, da qual ainda é o 23º artilheiro. Sua semana foi agitada. Campeão cearense com o Fortaleza, aos 46 anos, no último domingo, foi sondado por Atlético-MG e Vasco para o Brasileirão. Preferiu ficar. Leia uma entrevista exclusiva com o ídolo tricolor.
Confira, clicando abaixo, a lista completa:
Os 50 maiores do Brasileirão de pontos corridos, parte 1: do 50º ao 41º
Os 50 maiores do Brasileirão de pontos corridos, parte 2: do 40º ao 31º
Os 50 maiores do Brasileirão de pontos corridos, parte 3: do 30º ao 21º
Os 50 maiores do Brasileirão de pontos corridos, parte 4: do 20º ao 11º
Quem votou?
Jornalistas/comentaristas: Alexandre Lozetti, Ana Thaís Mattos, André Kfouri, André Rizek, Arnaldo Cézar Coelho, Bernardo Coimbra, Bob Faria, Bruno Formiga, Bruno Marinho, Carlos Cereto, Carlos Eduardo Eboli, Carlos Eduardo Mansur, Cristian Toledo, Diogo Olivier, Francisco Aiello, Gabriela Moreira, Galvão Bueno, Gilmar Ferreira, Gustavo Poli, Lédio Carmona, Luís Roberto, Marcelo Barreto, Marília Ruiz, Mário Marra, Márvio dos Anjos, Mauro Beting, Mauro Cézar Pereira, Paulo Vinícius Coelho, Roberto Maltchik, Rodrigo Bueno, Rodrigo Rodrigues, Sanny Bertoldo, Sérgio Xavier, Tatiana Furtado, Thales Machado e Tim Vickery.
Jogadores/técnicos: Casagrande, Cristóvão Borges, Dorival Jr., Grafite, Júnior, Magrão (goleiro), Muricy Ramalho, Paulo André, PC Caju, Tite e Tostão.
Não sabe quem é quem? Clique aqui.
Regulamento:
Cada membro do júri votou em dez nomes de sua livre escolha. O único critério era que o jogador deveria ter participado de ao menos três edições do Brasileirão de pontos corridos, que começou em 2003. O primeiro em cada relação recebeu 10 pontos, o segundo, nove, até o décimo, que somou um ponto. O somatório desse votos gerou a pontuação que ordena este ranking.
Fonte: O Globo