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Fórmula 1 no Rio: Bolsonaro, Witzel e Crivella recebem cartas de dirigentes da categoria



O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o governador do Rio, Wilson Witzel, e o presidente Jair Bolsonaro receberam neste mês cartas da empresa que organiza a Fórmula 1. Nelas, está explícito o interesse de trazer o GP Brasil para o Rio, que ainda não deu prosseguimento ao processo que pode erguer um novo autódromo, desta vez em Deodoro.

Assinada por Sean Bratches, diretor de Operações Comerciais da F1, a carta fala da expectativa de trabalhar, “num futuro muito próximo, com a cidade do Rio de Janeiro, com as agências locais e com o consórcio Rio Motorsports?.

Com sede em Arlington (EUA) e Dover (Reino Unido), o consórcio é o único candidato até agora do edital do autódromo de Deodoro, cuja publicação foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). A CSM, que já gerenciou camarotes no Maracanã em jogos operados pelo Flamengo, é uma das parceiras.

“Com sua liderança e o seu apoio, nós pensamos que o Rio de Janeiro será um grande acréscimo ao nosso calendário global de campeonato?, escreve Bratches para Witzel e Crivella. O texto explica que, desde 2017, a F1 pertence à Liberty Media. São Paulo, que recebe o GP Brasil, não é citada na carta.

O texto se encerra com a afirmação de que a F1 saúda a oportunidade de “conversar mais sobre o tema com seus secretários e diretores, em pessoa ou por telefone?.

Velozes e interessados
As cartas da F1 para o Rio
Da F1 para Witzel
 
“Nós da Fórmula 1 esperamos trabalhar com o Estado do Rio de Janeiro.[…] para trazer um Grande Prêmio de Fórmula 1 para a cidade do Rio de Janeiro em um futuro próximo”
Da Tilke para Crivella
“Nós esperamos trabalhar com a cidade do Rio de Janeiro, o Consórcio Rio Motorsports e agências locais para garantir o desenvolvimento, a construção e a operação de um circuito que possa acomodar um Grande Prêmio de Fórmula 1 e de MotoGP.”
Da MotoGP para Crivella
 
“Será um prazer trabalhar com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Consórcio Rio Motorsports e as agências locais para garantir o Grande Prêmio de MotoGP na cidade do Rio de Janeiro em um futuro muito próximo”

Velozes e interessados
As cartas da F1 para o Rio
Da F1 para Witzel
 
“Nós da Fórmula 1 esperamos trabalhar com o Estado do Rio de Janeiro.[…] para trazer um Grande Prêmio de Fórmula 1 para a cidade do Rio de Janeiro em um futuro próximo”
Da Tilke para Crivella
“Nós esperamos trabalhar com a cidade do Rio de Janeiro, o Consórcio Rio Motorsports e agências locais para garantir o desenvolvimento, a construção e a operação de um circuito que possa acomodar um Grande Prêmio de Fórmula 1 e de MotoGP.”
Da MotoGP para Crivella
 
“Será um prazer trabalhar com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Consórcio Rio Motorsports e as agências locais para garantir o Grande Prêmio de MotoGP na cidade do Rio de Janeiro em um futuro muito próximo”

Bolsonaro também recebeu carta, desta vez assinada pelo irlandês Chase Carey, o diretor executivo da Formula One Management. Nela, o texto muda: pede colaboração para que as provas do campeonato sejam mantidas no Brasil, em São Paulo, “ou em outra cidade como, por exemplo, o Rio?.

MotoGP também

Outra carta que chegou a Crivella é da Dorna Sports, companhia espanhola que organiza o Mundial de MotoGP. Seu CEO, Carmelo Ezpeleta, reafirma interesse em trazer as provas para o Rio, com parceria da Rio Motorsports.

Crivella também foi o destinatário da Tilke, empresa alemã que ergueu seis circuitos, entre eles o de Baku, que recebe a F1 neste domingo. Segundo a carta, Baku foi erguido em 12 meses, e do Bahrein, em 18.

Nela, a Tilke se dispõe a “assegurar o desenvolvimento, a construção e a operação? de circuito de nível internacional com chancela da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) capaz de receber “tanto a F1 quanto a MotoGP?.

? Se conseguirmos erguer o autódromo até setembro de 2020, é possível homologar a pista a tempo de entrar no Mundial de F1 em novembro ? disse JR Pereira, diretor executivo do consórcio, ao GLOBO.

Mas há freios. Só ontem os conselheiros do TCM decidiram por unanimidade remeter o edital suspenso à prefeitura, para que sejam feitas novas correções e esclarecimentos. A PPP (parceria público-privada) está orçada em R$ 697,4 milhões vindos exclusivamente da iniciativa privada. Não há verba pública envolvida, e Crivella é favorável à pista.

Agora, cabe à Subsecretaria de Projetos Estratégicos (Subpe), pilotada por Fernando Meira, prestar detalhamentos e retificações exigidos pelo TCM a fim de que a licitação vá à rua. Em fevereiro, o edital da Subpe recebeu 138 correções recomendadas pelo relator do processo no TCM, José de Moraes, o que suspendeu o primeiro certame.

O outro obstáculo tem a ver com a área da obra. Deodoro surgiu como compensação para a demolição do Autódromo de Jacarepaguá ? que recebeu a F1 pela última vez em 1989 e foi demolido em 2012 para dar lugar ao Parque Olímpico. Lá fica a Floresta do Camboatá.

Na última quarta, na Câmara dos Vereadores, foi aprovada em primeira votação a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) na floresta. A segunda votação entrou e saiu da pauta ontem, mas pode voltar na terça. Os ambientalistas reconhecem a importância de um autódromo capaz de seduzir a F1 ? 60% do público dos cinco dias de Interlagos é de turistas ? mas preferem que se encontre outro lugar.

Em dezembro de 2018, o então Ministério do Esporte pagou R$ 69,5 milhões ao Exército, proprietário do terreno, e ficou de transferi-lo para o município. A cessão à prefeitura foi selada num convênio com o Ministério Público Federal, mas ainda não ocorreu.

Fonte: O Globo


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