O Brasileirão da Série A começa neste sábado e, até dezembro, alimentará as polêmicas em mesas de bar e as provocações de segunda-feira de manhã no trabalho. Com as peculiaridades que nos fazem amá-lo e odiá-lo na mesma intensidade, o campeonato se estende pelos próximos sete meses.
Como um aquecimento ao longo desta semana que antecede a abertura do nacional, o GLOBO convidou 47 especialistas, entre jogadores em atividade, ex-atletas, técnicos e jornalistas de diversos veículos e regiões do país para uma eleição que determinasse quais foram os 50 maiores jogadores dos primeiros 16 anos da era dos pontos corridos, que começou em 2003 e terá sua 17ª edição neste ano. A meta era trazer diferentes olhares e preferências para chegar à nata.
De segunda até sexta-feira, dez nomes serão revelados por vez. Confira, clicando aqui, a primeira (do 50º ao 41º), a segunda (do 40º ao 31º) e a terceira (30º ao 21º) partes. O top 10 será divulgado amanhã, junto às listas pessoais de cada um dos votantes.
20º ? Dedé
Zagueiro
Revelado pelo clube homônimo de sua Volta Redonda natal, este defensor implacável se tornou ídolo do último grande Vasco da Gama do Brasileirão, aquele que voltou da Série B em 2010 e se tornou vice-campeão da A em 2011. Ali se destacava o zagueiro de presença física imperial e impulsão de basquete, autor de seis gols no certame de 2011. Transferido para o Cruzeiro por uma fortuna, foi protagonista de 31 das 38 partidas do título de 2013. Sofreu com seguidas lesões no joelho, mas, em 2018, voltou à velha forma.
19º ? Edu Dracena
Zagueiro
O homem que pôs Dracena-SP no mapa do futebol brasileiro pode ensinar muito sobre a era dos pontos corridos. Vitorioso com o Cruzeiro em 2003, Edu conquistou três dos últimos quatro títulos (Corinthians, em 2015, e Palmeiras, em 2016 e 2018), exibindo porte altivo e o modelo sem firulas do zagueiro brasileiro do início do século 20. Antes, no Santos, acabou campeão em outros torneios, como a Libertadores e a Copa do Brasil.
18º ? Romário
Atacante
O senador da Vila da Penha tinha 37 anos quando os pontos corridos começaram. Se não foi campeão nem pelo Fluminense (2003 e 2004) nem pelo Vasco (2005 e 2007), ao menos foi capaz de deixar 45 gols, sendo 24 deles na artilharia absoluta de 2005. Nada mal para um senhor que havia sido o melhor jogador da Copa de 1994.
17º ? Paulo Baier
Meia
Ninguém se lembra do Paulo César que jogou de lateral por Atlético-MG, Botafogo, Vasco e Santos antes dos pontos corridos. Mas pergunte por Paulo Baier e estaremos falando do meia que se tornou o segundo maior orgulho de Ijuí (depois de Dunga) e ainda é o segundo maior artilheiro da atual fórmula, com 106 gols, numa carreira longe das maiores grifes nacionais. Rei da bola parada e do chute de média distância, fez a alegria de Goiás, Sport e Athletico-PR, até se despedir no Criciúma. Um dos sinônimos da era moderna da Série A.
16º ? Adriano
Atacante
O maior dibre na regra que pedia mínimo de 3 torneios. A cria da Gávea chegou da Itália em 2009 pedindo a 10. Retribuiu com 19 gols, uma performance arrasadora. Fez apenas um jogo em 2010, foi para a Roma e voltou para o Corinthians em 2011. Fez só 4 partidas e um gol, que derrotou o Galo na 36ª rodada. Depois virou Didico, mas já era elegível.
15º ? Miranda
Zagueiro
No São Paulo de Muricy, a excelência da defesa fazia perguntar quem era o melhor no miolo da zaga. Alex Silva? André Dias? Breno? Discreto e leve, o rapaz tímido de Paranavaí provaria com sua carreira europeia que era de fato o homem com mais recursos. Revelado no Coritiba, atuou em 73 dos 114 jogos do tricampeonato são-paulino (o equivalente a 64% da campanha) e deixou a Série A em 2009, rumo ao Atlético de Madrid.
14º ? Danilo
Meia
O jornalista Alexandre Lozetti tem uma curiosa teoria: este mineiro de São Gotardo seria “o maior jogador a jamais ter vestido a seleção de seu país”. Tido como lento já aos 25 anos, Zidanilo era um dos mais perigosos jogadores do São Paulo campeão de 2006, por sua visão de jogo e pela canhota brutal. No Corinthians, foi protagonista de dois títulos (2011 e 2015) e figurante na campanha vitoriosa de 2017. Nunca entrou na seleção do Brasileirão nem foi Bola de Prata. Ainda joga no Vila Nova.
13º ? Robinho
Atacante
O menino de São Vicente instaurou um regime de terror nas defesas brasileiras em 2004, com 21 gols e inúmeras pedaladas que levaram o Santos de Vanderlei Luxemburgo ao título. Deixava em torcedores de outros times a sensação de que era preciso vê-lo enquanto estivesse no Brasil. Se não se tornou tão grande quanto Neymar, é outra história. Mas sempre que voltou, seja com Santos ou com Atlético-MG, provou estar muito acima da média do Nacional.
12º ? Dudu
Atacante
Incensado por sua temporada de empréstimo ao Grêmio, em 2014, Dudu foi disputado, no ano seguinte, por Corinthians e São Paulo. Mas acabou se tornando a primeira demonstração do poderio deste novo Palmeiras. O goiano de 1,66m foi o cara dos títulos de 2016 e 2018 e é um raro caso de jogador da Série A que boa parte da crítica gostaria de ver testado na seleção.
11º ? Neymar
Atacante
O jogador mais talentoso a disputar a Série A nesta década não chegou a levantar a taça. Mas ficou tempo o suficiente para que pudéssemos desfrutar do golaço sobre o Flamengo na Vila Belmiro ? a obra-prima que levou o Puskás de 2011 ? e de outras genialidades que só esse monstro poderia criar. Nascido em Mogi das Cruzes, mas com o DNA de Santos, já levanta expectativa sobre onde encerrará a carreira caso cumpra o ciclo e volte ao Brasil para ir além dos 54 gols marcados no nacional.
Confira, clicando abaixo, as partes 1, 2 e 3 da lista:
Os 50 maiores jogadores do Brasileirão de pontos corridos, parte 1: do 50º ao 41º
Os 50 maiores jogadores do Brasileirão de pontos corridos, parte 2: do 40º ao 31º
Os 50 maiores jogadores do Brasileirão de pontos corridos, parte 3: do 30º ao 21º
Quem votou?
Jornalistas/comentaristas: Alexandre Lozetti, Ana Thaís Mattos, André Kfouri, André Rizek, Arnaldo Cézar Coelho, Bernardo Coimbra, Bob Faria, Bruno Formiga, Bruno Marinho, Carlos Cereto, Carlos Eduardo Eboli, Carlos Eduardo Mansur, Cristian Toledo, Diogo Olivier, Francisco Aiello, Gabriela Moreira, Galvão Bueno, Gilmar Ferreira, Gustavo Poli, Lédio Carmona, Luís Roberto, Marcelo Barreto, Marília Ruiz, Mário Marra, Márvio dos Anjos, Mauro Beting, Mauro Cézar Pereira, Paulo Vinícius Coelho, Roberto Maltchik, Rodrigo Bueno, Rodrigo Rodrigues, Sanny Bertoldo, Sérgio Xavier, Tatiana Furtado, Thales Machado e Tim Vickery.
Jogadores/técnicos: Casagrande, Cristóvão Borges, Dorival Jr., Grafite, Júnior, Magrão (goleiro), Muricy Ramalho, Paulo André, PC Caju, Tite e Tostão.
Não sabe quem é quem? Clique aqui.
Regulamento:
Cada membro do júri votou em dez nomes de sua livre escolha. O único critério era que o jogador deveria ter participado de ao menos três edições do Brasileirão de pontos corridos, que começou em 2003. O primeiro em cada relação recebeu 10 pontos, o segundo, nove, até o décimo, que somou um ponto. O somatório desse votos gerou a pontuação que ordena este ranking.
Fonte: O Globo