É evidente que todo título tem de ser comemorado, ainda mais quando se faz história como o Corinthians fez neste domingo, ao conquistar o tricampeonato do Paulistão e repetir um feito de 80 anos atrás, quando o Timão venceu três estaduais seguidos pela última vez.
Mais até do que o desempenho na vitoria por 2 x 1 contra o São Paulo, neste domingo, em Itaquera, há de se ressaltar (e elogiar) o discurso do técnico Fábio Carille minutos depois da conquista do Corinthians
- “(Dos três títulos) Acho que foi o que a gente menos merecia”.
- “Em 2017, jogamos muito, em 2018 mais ou menos, esse ano pouco”.
- “Espero que esse título ganhe uma casca maior para jogar melhor e convencer também”.
s três frases mostram um Carille consciente de que é preciso manter os pés no chão e entender que o Corinthians oscilou mais do que se esperava no estadual. O título, então, é tratado na medida certa: uma conquista que deve ser valorizada, mas não servir de muleta para o desempenho da equipe.
Ainda estamos, afinal, em abril. O Corinthians tem Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Brasileirão pela frente e não quer ter o mesmo destino de 2018, quando venceu o Paulistão na casa do rival Palmeiras, achou que estava num estágio ideal, mas perdeu fôlego (e jogadores) ao longo da temporada, terminando o ano de maneira melancólica.
O Corinthians de 2019 ganhou a casca citada por Carille ao repetir o padrão das últimas temporadas e se sair bem nos jogos grandes. Nessas partidas, o técnico também ganhou jogadores que vinham oscilando ou estavam em baixa – Danilo Avelar, Manoel, e mais recentemente Ramiro.
O Paulistão, portanto, é o meio, e não o fim. O Corinthians tem consciência de que precisa melhorar (muito) se quiser conquistar mais do que o estadual.
A começar pelo jogo desta quarta-feira, contra a Chapecoense, em Itaquera, quando o time vai precisar inverter uma vantagem de 1 a 0 conquistada pelo rival no jogo de ida da quarta fase da Copa do Brasil.
O jogo
Dentro de casa, o Corinthians foi outro (ou ao menos tentou ser por boa parte do jogo). Propondo mais, buscando triangulações e chutes a gol.
Pela direita, Fagner, Ramiro e Pedrinho fizeram bom tripé, aproveitando as falhas de marcação de Reinaldo e criando por ali as principais chances – por baixo, um chute de Fagner, invadindo a área, representou bem esse estilo. Tiago Volpi fez ótima defesa.
O gol saiu do ponto forte dessa equipe: a bola parada. Inteligente, Ralf se antecipou a Antony, bem mais baixo, e jogou a bola na pequena área, onde Danilo Avelar esperava para abrir o placar.
Fonte: G1/Globo esporte