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‘Turismo médico’: milhões de pessoas que moram em potências mundiais viajam a países mais pobres para fazer cirurgias



Quando Melissa Moore tomou a decisão de viajar dos Estados Unidos à Costa Rica para realizar uma cirurgia de joelho, preferiu não contar para ninguém.

“Não disse a meus amigos e parentes porque não queria ouvi-los dizer ‘você está louca?'”, diz a americana de 53 anos. “Claro que também tinha meus receios quanto a viajar para a América Central e me submeter a uma cirurgia de grande porte.”

Melissa é parte de um contingente cada vez maior de pessoas do mundo que viajam para fora de seus países em busca de tratamentos médicos mais rápidos ou baratos.

Para americanos, essa é uma alternativa sobretudo para os que não têm plano de saúde – e indicadores oficiais apontam que há mais de 28 milhões de americanos nessa situação. No caso de Melissa, a cobertura de seu plano de saúde era tão pequena que ela teria de pagar extra para realizar qualquer tratamento de saúde.

Melissa pagou US$ 12,2 mil por sua cirurgia de joelho na Clínica Bíblica, o maior hospital privado da Costa Rica. Ela estima que teria pago US$ 44 mil caso tivesse sido operada nos EUA.

Patients Beyond Borders, empresa que publica guias de “turismo médico”, estima que mais de 20 milhões de pessoas viajarão para fora de seus países em busca de tratamentos médicos neste ano, um aumento de 25% em relação às 16 milhões do ano passado.

Ao mesmo tempo, um relatório de 2016 da operadora multinacional de cartões de crédito Visa calculou que a indústria do turismo médico movimentaria US$ 50 bilhões por ano, com tendência de crescimento.

Em número pequeno, mas crescente, brasileiros fazem parte desse fenômeno. Reportagem de 2018 da BBC News Brasil mostrou como brasileiros organizam viagens à Bolívia e à Venezuela em busca de cirurgias plásticas mais baratas.

Até mesmo britânicos, que contam com um sistema de saúde universal gratuito, têm viajado em maior número ao exterior para se tratar – para evitar longas listas de espera de tratamento, realizar procedimentos estéticos não cobertos pelo NHS (o SUS britânico) ou para tratamentos dentais, de cobertura insuficiente na rede pública.

Fonte: Saúde


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