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Após tragédia da Chapecoense, Henzel escreveu livro e queria narrar volta de outro sobrevivente



“Agradeço por ter renascido na Colômbia. Eu não posso em nenhum momento pedir mais nada. Porque estou vivo”. Essas palavras foram escritas por Rafael Henzel em seu livro “Viva como se estivesse de partida” na qual conta como foi um dos seis sobreviventes ao acidente com o voo da Chapecoense, em novembro de 2016, que deixou 71 mortos na maior tragédia com uma delegação esportiva brasileira na história. Quis o destino que dois anos, três meses e 28 dias depois, uma morte súbita levasse o radialista.

Tive muito medo de deixar as pessoas. Eu não me preocupo comigo, eu me preocupo com quem sofre por mim. Este é o meu maior medo: não estar com as pessoas que amo “, escreveu o jornalista no capítulo “Coragem para cada abraço”, na página 41.

Henzel também dedicou um capítulo chamado “Tempo de Serenidade?, na qual fala como se deu a recuperação e equilibrar a ansiedade para voltar a ativa.

É frequente dimensionarmos demasiadamente os problemas. Nós nos preocupamos muito com eles e esquecemos a solução. Eu comecei a ter outra visão das dificuldades, a pensar que nada é insolúvel. Nada é impossível, só a morte não tem volta – e, se pararmos para pensar um pouco, nós estivemos quase mortos e voltamos “, escreveu página 55.

Em outro trecho, no mesmo capítulo, ele explicou por que voltou a trabalhar 40 dias após o trágico acidente em Rio Negro, perto de Medelín, na Colômbia.

Eu quis viver naqueles primeiros sessenta dias o que eu não vivera durante toda a minha vida. Quis recuperar os 21 dias de internação e os quarenta dias que fiquei sem trabalhar. Senti que todos desejavam me ver bem. Por isso visitei amigos, dei entrevistas em programas de televisão, participei de transmissão de futebol. Acredito que a minha grande conquista foi levar essa mensagem para as pessoas – uma mensagem de vida “, disse na página 62.

Em “O futuro me reserva gratidão”, o jornalista conta como foi lidar com o pós-acident, sem sofrer depressão, dos seus desejos, um deles voltar à Colômbia ? algo que aconteceu um ano depois e ao lado dos jogadores sobreviventes – e de como estava levando a sua vida.

O meu projeto imediato é seguir a vida, com os meus programas na rádio, e acompanhar a Chapecoense. Porque, repito, eu não me vejo como um escolhido, mas as pessoas me veem assim. Porém, para passar a minha mensagem , não preciso me ransformar em nenhum profeta. Acho que as pessoas precisam entender que sou um cara que se salvou graças a um milagre. Essa é a mensagem “, disse na página 87.

Em rede social, jornalista prometeu narrar volta do zagueiro Neto aos gramados

Há três dias, o radialista disse aos fãs qual era um dos seus grandes desejos em vida: narrar um jogo com a volta do zagueiro Neto, outros dos seis sobreviventes da maior tragédia de uma delegação esportiva brasileira.

O jornalista publicou uma foto do defensor sendo recebido no treino pelos companheiros e comentou a promessa que havia feito.

“Olha a alegria do @8785simoneto. Voltou a treinar com bola novamente na @chapecoensereal. Já fez três cirurgias, mas e daí. Guerreiro não foge da luta. E a promessa segue firme. Vou narrar seu primeiro jogo nem que seja na China?, escreveu nas redes sociais.

Na mesma postagem, Neto respondeu o amigo:

“Deus no controle de tudo sempre?, disse o jogador.

 

Na tragédia da Chape, além de Henzel, sobreviveram o o goleiro Jackson Follmann (que teve uma perna amputada), o lateral Alan Ruschel e o zagueiro Neto.

Fonte: O Globo


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