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Ferj ganha relevância no futuro do Maracanã após rescisão com concessionária



Ao anunciar a a rescisão do contrato de concessão do Maracanã, o governador do Rio, Wilson Witzel, deu um cavalo de pau. Surpreendentemente, não apenas rompeu um contrato de licitação que parecia ter sua bênção como declarou a Maracanã S/A inidônea, cobrou dívida e ainda abriu o caminho para a Ferj na administração do estádio.

Pouco acostumada a protagonizar o debate sobre a gestão do estádio, a federação de futebol do Rio foi citada várias vezes na coletiva que antecipou a ruptura da concessão firmada em 2013, publicada nesta terça-feira do “Diário Oficial?, e que teria 35 anos de duração. A Maracanã S/A tem até 19 de abril para deixar o complexo.

 

Por ora, a gestão fica com o poder público, mas a Ferj foi “convocada? por Witzel como opção possível para assinar, sozinha ou em parceria, e em até 30 dias, a permissão de uso. Há chance de que a gestão seja compartilhada com os clubes, já que a rescisão invalida os acordos vigentes de Fluminense e Flamengo. A dupla aprovou em notas oficiais o movimento do governo do Rio ? o Flamengo porque sempre quis participar da gestão, o Fluminense por acumular dívidas sob o contrato com o consórcio.

As bases da permissão ainda serão discutidas por uma comissão criada por Witzel, da qual participarão representantes de várias pastas do governo, sob comando de Ana Beatriz Leal, da Casa Civil. O futuro permissionário terá 180 dias na gestão da arena, podendo haver prorrogação por mais 180.

Ou seja, o governo poderá segurar a nova licitação por até um ano. A estimativa é que em até dois meses seja desenvolvido o novo modelo de parceria público-privada para o estádio.

? Vamos conversar com a sociedade, os clubes, com a Ferj. A ideia é fazer um condomínio nessa permissão ? disse o governador.

A Ferj sonha administrar o estádio desde 2017 ? quando a concessão corria risco de ser rompida pela própria Maracanã S/A ? e se entende como mediadora de conflitos e garantidora de que os quatro grandes poderão usar o estádio, sem incômodos como decorações fixas que evoquem um lado. E uma nomeação recente nos seus quadros evidencia o anseio. Na sexta, o presidente Rubens Lopes indicou Sávio Franco como diretor de Relações Institucionais, representando a Ferj “na interlocução com o poder público e iniciativa privada?.

Entre 2006 e 2012, Franco foi presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), gestora do Maracanã antes da assinatura do contrato de concessão. A relação entre ele o presidente da Ferj vem desse período.

Depois, foi diretor de Operações da Odebrecht, quando a empresa já geria o complexo. Recentemente, trabalhou da BWA/Lagardère, companhia francesa de eventos que aguardava nova licitação no governo Pezão, mas jamais conseguiu negociar com o ex-presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello.

Fonte: O Globo


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