Mais de 10 milhões de adolescentes ainda precisam ser vacinados, segundo o Ministério da Saúde; imunizante protege contra câncer de colo de útero
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 80% das mulheres serão infectadas pelo HPV ao longo da vida. O vírus é o principal causador de câncer de colo de útero.
Embora a vacina esteja disponível pelo SUS para adolescentes, apenas 48% das meninas entre 9 e 15 anos completaram o esquema de duas doses, necessário para garantir a proteção, que devem ser ministradas com um intervalo de seis meses.
Mais de 10 milhões de adolescentes ainda precisam ser vacinados com a primeira e a segunda dose da vacina em todo o país, segundo o Ministério da Saúde.
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A vacina contra o HPV faz parte do calendário nacional de vacinação e, portanto, está disponível durante o ano inteiro nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
A vacina utilizada no Brasil previne contra 4 tipos de HPV, o que representa proteção contra 70% dos cânceres do colo útero, 90% do câncer anal, 63% de câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de orofaringe e 90% das verrugas genitais, segundo a pasta.
O Ministério informa que a vacina é segura e não aumenta o risco de eventos adversos graves.
Vacina é recomendada também a adultos
A vacina contra o HPV é oferecida na rede pública a meninas de 9 a 14 anos e a meninos de 11 a 14 anos, pessoas com HIV, e pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos.
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“Apesar de estar disponível pelo SUS a apenas menores de 14 anos, a vacina também é recomendada para homens e mulheres entre 9 e 26 anos. Sabemos que até esta idade, a vacina diminui o risco de surgimento de câncer relacionado ao HPV. A vacina ensina ao nosso sistema imune a como atacar o vírus”, explica a oncologista Juliana Omineli, da Oncoclínica Centro de Tratamento, do Rio de Janeiro.
“Muitas mulheres acham desnecessária a vacinação por acreditar que, como já tiveram contato sexual, não teriam benefício. O que sabemos ser falso”, completa.
O vírus é transmitido sexualmente ou por contato pele a pele. A médica ressalta que a infecção pelo vírus geralmente não causa sintomas, mas, quando aparecem se manifestam por meio de verrugas e lesões no colo do útero, na boca e no pênis.
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“Até hoje não há tratamento para a infecção por HPV. Temos a vacina como prevenção e os tratamentos de lesões causadas por HPV, como retirada cirúrgica e uso de alguns medicamentos”, afirma a oncologista.
Segundo ela, a presença do vírus é detectada pelo teste de HPV. Juliana afirma que o teste não substitui o exame de papanicolau. Apenas na rede pública da Indaiatuba, no interior de São Paulo, isso foi adotado, segundo publicado no Jornal da Unicamp.
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O papanicolau detecta lesões no colo do útero e o teste de HPV é capaz de identificar a presença do vírus antes da manifestação de lesões.
O câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente em mulheres e o quarto que mais mata no Brasil. Pode ser prevenido com a vacina contra o HPV. A prevalência estimada do HPV no país é de 54,3 %, de acordo com estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017.
A pesquisa, feita com 7.586 pessoas nas capitais do país, revelou que 37,6 % dos participantes apresentavam HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
Principal causa do câncer de útero é o HPV. Saiba identificar os sintomas:
Qual o principal fator de risco para o câncer de útero? A oncologista Juliana Ominelli, do Grupo Oncoclínicas do Rio de Janeiro, afirma que o principal fator de risco para a doença é a infecção por HPV. Segundo ela, esse risco pode ser potencializado por outras doenças sexualmente transmissíveis, que aumentam a inflamação no local, reduzindo a imunidade e, assim, elevando a chance de surgimento do câncer. A oncologista ressalta que o tabagismo também parece estar relacionado ao desenvolvimento desse tipo de câncer
Fonte R7