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Contagem regressiva: faltam 500 dias para a Olimpíada de Tóquio-2020



Faltam 500 dias para os Jogos de Tóquio-2020 e nesta terça-feira o Comitê Olímpico do Brasil (COB) inicia contagem regressiva para o evento esportivo com a inauguração da escultura #Somos Time Brasil, na Marina da Glória, no Rio.

A cerimônia contará com estrelas do esporte, como os campeões olímpicos Torben Grael (vela), Jackie Silva (vôlei de praia) e Giovane Gávio (vôlei). Robson Caetano (atletismo), medalha de bronze em Seul-1988 e Atlanta-1996, Ana Marcela Cunha (maratona aquática), tetracampeã do Circuito Mundial e Marcelinho Machado (basquete), tricampeão pan-americano também participarão da cerimônia. Além deles, a nova geração do esporte brasileiro estará representada por Guilherme Costa (natação), Gabriela Nicolino (vela).

O COB não tem feito projeções de medalhas para 2020 porque espera a disputa dos mundiais de 2019 para elaborar retrato fiel das grandes chances do país.

Mas, apesar do ciclo olímpico ser marcado por escândalos como a prisão de Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do COB e do Comitê Rio-2016, mudanças na administração do COB que eliminaram os supersalários de sua diretoria, além da diminuição dos incentivos e patrocínios tanto de empresas estatais como das privadas, ao menos os quatro esportes mais vitoriosos na Rio-2016 mantêm as mesmas chances de medalha em Tóquio.

Vôlei e canoagem

O vôlei de praia e de quadra, que juntos conquistaram três medalhas em 2016, sendo dois ouros (com a seleção masculina e com a dupla Bruno/Alison) e uma prata (Ágatha/Bárbara), continua sendo o carro forte do Brasil. O vôlei masculino foi vice-campeão mundial em 2018, mesmo com desfalques na ponta. O técnico Renan dal Zotto, eleito o melhor do ano em esporte coletivo pelo COB, terá pela frente mais atletas à disposição nesta posição, incluindo o cubano naturalizado brasileiro Leal.

Arthur Zanetti levou o bronze nas argolas na etapa da Copa do Mundo, em Melbourne Foto: Divulgação/CBG
Arthur Zanetti levou o bronze nas argolas na etapa da Copa do Mundo, em Melbourne Foto: Divulgação/CBG

As duplas do vôlei de praia não são as mesmas de 2016 mas continuam fortes em âmbito internacional. Ágatha se juntou a Duda e no ano passado elas foram campeãs mundiais, ouro no World Tour Finals 2018  e atualmente são as terceiras colocadas no ranking internacional. No encalço está a dupla Fernanda e Bárbara Seixas, que venceram duas etapas quatro e cinco estrelas do Circuito Mundial e são as atuais quintas colocadas no ranking internacional.

 

No masculino, Bruno e Alison se separaram e formaram outras duplas vencedoras. Em fevereiro, Bruno, que estava com Pedro Solberg, se juntou a Evandro e já na estreia venceram uma etapa do Circuito Brasileiro, em Fortaleza. Em 2018, com Pedro, ele ganhou a etapa do Circuito Brasileiro, em Campo Grande. Já Alison e André conseguiram uma prata em uma etapa quatro estrelas do Circuito Mundial.

A canoagem, que também conquistou três medalhas no Rio, todas com Isaquias Queiroz (duas pratas e um bronze), mantém as chances com o mesmo atleta. Mas a prova do C1 200 não entrará no calendário e ele disputará duas: C1 1000m e C2 1000m.

Ginástica e judô

Com três medalhas na Rio-2016, a ginástica mantém todas as suas fichas no campeão olímpico Arthur Zanetti, que, nesta temporada, já conquistou três medalhas em competições internacionais. Ano passado, ele ficou com a prata nas argolas, no Mundial de Doha, e permanece entre os melhores do mundo na modalidade.

Diego Hypolito, prata no solo, só volta ao tablado internacional nesta semana depois de dois anos e meio. O ginasta terá a temporada para conquistar um lugar na equipe masculina, que disputará o Mundial na Alemanha, em outubro. Arthur Nori, bronze na mesma modalidade, passou boa parte de 2018 em recuperação de cirurgia no ombro e não tem tido resultados expressivos.

Na seleção feminina, as apostas são em Flavia Saraiva e Rebeca Andrade, principalmente, que fizeram parte da equipe que conquistou o sétimo lugar em Doha, no ano passado. Foi a melhor colocação das meninas desde 2007. Este ano, elas tentam a vaga em Sttutgart, na Alemanha.

Rafaela Silva foi prata no Grand Slam de Dusseldorf Foto: Divulgação
Rafaela Silva foi prata no Grand Slam de Dusseldorf Foto: Divulgação

Com medalhas de ouro na Rio e mesmo aquém das expectativas, o judô deve manter a fama de modalidade tradicional de pódio. Nos tatames, Rafaela Silva (atual 7ª no ranking mundial nos 57kg), Mayra Aguiar (6ª na lista de até 78kg) e Rafael Silva, o Baby, garantiram os pódios. As duas continuam bem no ranking mundial em suas categorias e têm tido bom desempenho no ciclo atual. A elas, podem se juntar no rol de promessas Maria Suellen Altheman (5ª) e a jovem Beatriz Souza (9ª  e prata no Mundial sub-21 do ano passado), ambas na categoria acima dos 78kg. Baby (6º) e David Moura (4º), novamente, vão disputar a vaga.

Novas modalidades

Há também chances reais de medalha com modalidades que estreiam no calendário olímpico como o skate, surfe e o caratê. Pedro Barros entrou para a história do skate ao conquistar o Mundial de Park, disputado em novembro em Nanquim, China, o primeiro realizado pela World Skate, federação internacional responsável pelo esporte desde que se tornou olímpico. O skatista, de 23 anos, que já era hexacampeão mundial, ainda faturou em 2018 as etapas de Florianópolis do Circuito Nacional, o Skate Park Internacional e a etapa de Vancouver do Circuito Mundial, além das pratas nas etapas de Huntington e de Suzhou e bronze na de Malmo. Pego no doping para um derivado da maconha, pegou apenas seis meses de gancho. No feminino, Letícia Bufoni ganhou, em outubro, a 10ª medalha de X Games, se tornando a maior medalhista do skate street de todos os tempos. São quatro ouros, três pratas e três bronzes. Também foi prata no Mundial da modalidade, em janeiro, no Rio. O surfe conta com Gabriel Medina, bicampeão mundial e atual líder do ranking mundial.

Gabriel Medina, campeão mundial em 2018, não vai à premiação porque temc ompetição no mesmo dia. Foto: Ed Sloane / Agência O Globo
Gabriel Medina, campeão mundial em 2018, não vai à premiação porque temc ompetição no mesmo dia. Foto: Ed Sloane / Agência O Globo

No Caratê, o destaque é para o casal Valéria Kumizaki e Vinícius Figueira. Ele foi prata no Mundial de 2018, teve grande destaque nas etapas da Premier League e da Série A, com quatro pratas, e foi ouro no Pan-americano da modalidade. Ele é o atual vice-líder dos 67kg.

Em 2018, Valéria, que também foi ouro no Pan da modalidade, ganhou um ouro e três bronzes em etapas da Premier League e da Série A. Em fevereiro ela ganhou o bronze na Premier de Dubai (até 55kg) e está em terceiro no ranking mundial.

Esportes tradicionais

Esportes tradicionais, como a vela, a natação e o atletismo, também vão ao Japão com chances de medalha. Nos barcos, a dupla dourada Martine Grael e Kahenza Kune, da classe 49erFX, ficou uma temporada separada para projetos pessoais, e retornaram com o quarto lugar no Mundial na Dinamarca, ano passado, garantindo a vaga brasileira na categoria no Japão. Lá, foram campeãs do evento teste e ainda ficaram com o ouro na Copa do Mundo de Miami. O esporte, que já conquistou 18 pódios olímpicos, também pode surpreender com caras novas, como Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino, na Nacra 17, prata em Miami; e Ana Barbachan e a Fernanda Oliveira, na 470, que foram bronze em Miami.

Ana Marcela Cunha disputa Rei e Rainha do Mar, no fim de semana, em Copacabana Foto: Divulgação
Ana Marcela Cunha disputa Rei e Rainha do Mar, no fim de semana, em Copacabana Foto: Divulgação

A natação, que passa por um processo de renovação, tenta confirmar no Mundial da Coreia do Sul a ascensão de nomes como Breno Correia. O jovem de 21 anos foi ouro no revezamento 4×200 no Mundial de Piscina Curta, ano passado, na China. Nos 50m livre, Bruno Fratus  tem figurado entre os oito melhores constantemente. Mas, a maior aposta nos esportes aquáticos, é a maratonista aquática Ana Marcela Cunha, bronze nos dois últimos mundiais.

Nas pistas, a grande estrela brasileira em 2016, o medalhista de ouro Thiago Braz, está em baixa. Os últimos dois anos foram marcados por lesões e maus desempenhos no salto com vara. Poré, no salto triplo, duas promessas têm se destacado no atual ciclo olímpico: Almir Júnior, prata no Mundial Indoor, em 2018, na Inglaterra; e Nubia Soares, terceira no ranking mundial do ano passado, com 14,69m.

Alguns esportes contam com o bom ciclo olímpico de atletas específicos. O boxe, por exemplo, conta com Bia Ferreira, que conquistou alguns pódios ao longo de 2018, como o Torneio dos Balcãs, na Búlgária. No tênis de mesa, Hugo Calderano figura entre os melhores do mundo, atualmente em sexto lugar do ranking. No ciclismo, Henrique Avancinni é o atual campeão mundial de mountain bike maratona.

Fonte: O Globo


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