BRASÍLIA – O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, confirmou, em entrevista ao GLOBO, que o banco não vai mais patrocinar clubes de futebol profissional. Guimarães assumiu o comando da instituição com um discurso de enxugar gastos e direcionar melhor os recursos. Para ele, os times profissionais têm condição de obter patrocínios junto ao setor privado e, por isso, o foco da Caixa deve ser nas categorias de base de diversos esportes em comunidades carentes.
– No caso dos clubes de futebol profissional, eles não precisam da Caixa. Tanto que vários deles já conseguiram outros patrocínios (depois do encerramento do contrato com a Caixa). Honraremos todos os contratos, mas eles não serão renovados. Entes privados podem tomar o papel da Caixa sem distúrbios – explicou o presidente.
Entre os times que receberam recursos da Caixa nos últimos anos estão Flamengo, Botafogo, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Bahia, Ceará, Fortaleza e Goiás.
Ele afirmou que a nova diretriz fará com que o banco reduza o quanto gasta com patrocínios, uma soma que supera hoje R$ 150 milhões. Guimarães não informou qual será a nova quantia, mas deu exemplos do que será o foco da Caixa de agora em diante.
O banco continuará, por exemplo, a financiar os esportes paralímpicos, onde, segundo ele, não há participação do setor privado. A Caixa acaba de fechar um acordo para a compra de 15 cadeiras para jogadores do basquete paralímpico num projeto social do Acre.
– O objetivo da Caixa é o esporte de base, é apoiar as comunidades carentes em todos os 27 estados no Brasil.
Ele disse que ainda não há um projeto no Rio, mas elogiou iniciativas como o projeto Reação, do medalhista olímpico Flávio Canto, que oferece aulas de judô em comunidades como Rocinha e Cidade de Deus.
– Projetos de maior impacto social terão prioridade – explicou Guimarães.
Fonte: O Globo