De volta à Libertadores para a terceira participação consecutiva em 2019, o Flamengo passou por transformações significativas no futebol, expondo a falta de convicção no trabalho conduzido principalmente por Rodrigo Caetano durante a gestão Bandeira de Mello. Para a estreia de nesta terça-feira, às 19h15, contra o San José, R$ 100 milhões foram investidos em reforços, mas a confiança no trabalho de Abel Braga ainda não chegou.
Interna e externamente, a falta de paciência para a consolidação de um trabalho já mina o técnico Abel Braga, tal como aconteceu com o jovem Maurício Barbieri ano passado. Não vencer sob a altitude de 3.700m de Oruro ganharia ares de vexame.
Para aumentar a pressão, o mês de março ainda reserva outros dois momentos chave: um clássico com o Vasco pela Taça Rio, no fim de semana, e o segundo jogo na competição, no dia 13, contra a LDU, do Equador, no Maracanã.
A base do time hoje é que iniciou a disputa da Taça Rio, com Arrascaeta pela direita, Bruno Henrique na esquerda, e Gabigol no ataque. Formação totalmente modificada no setor em relação ao ano passado, quando Lucas Paquetá, hoje no Milan, era o destaque.
Mas o que mais mudou da última Libertadores para a deste ano? Fora de campo, quase tudo. Apenas os diretores Carlos Noval e Bruno Spindel se mantiveram após a eleição. O futebol passou a ser comandado pelo novo vice, Marcos Braz, com título brasileiro de 2009 no currículo e sempre aclamado ao posto nas crises da gestão Bandeira. Noval substituiu Rodrigo Caetano, que profissionalizou a pasta, mas não trouxe títulos relevantes. E ganhou o reforço de Paulo Pelaipe, exatamente o diretor da conquista da Copa do Brasil em 2013.
Em campo, além do entra e sai de alguns nomes da comissão técnica, Abel Braga veio com currículo vitorioso. Com moral junto a nova diretoria, manteve a base do time que terminou a temporada bem sob o comando de Dorival Júnior.
Com Arão ao lado de Cuéllar, o treinador promoveu Diego a capitão após a saída de Réver. A reposição no setores mais carentes, no entanto, deu lugar a contratação em massa de reforços para o ataque. Apenas Rodrigo Caio veio para a defesa. Para o setor ofensivo, chegaram Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique, apenas o último indicado por Abel. Que colocou no banco Everton Ribeiro, Uribe e Vitinho, respectivamente.
Se a estrutura da equipe se manteve até nas carências, o futebol apresentado não teve o salto de qualidade desejado em dois meses. E nem poderia. Abel alternou formações no Estadual e apenas nos últimos dias parece ter decidido como quer que o Flamengo jogue.
E é exatamente diante de compromissos mais desafiadores que a formação terá seu teste de fogo antes de novas modificações significativas acontecerem.
Fonte: O Globo