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Fla se surpreende com transferência de sobrevivente de incêndio, e atraso irrita família



Enquanto o presidente Rodolfo Landim e o vice Rodrigo Dunshee se licenciaram dos cargos no Flamengo para viajar no Carnaval, um dos sobreviventes do incêndio no Ninho do Urubu passou por dificuldades. Jhonata Ventura teve problemas para ser transferido do hospital Pedro II para o Vitória após deixar o CTI, pois a diretoria rubro-negra alegou que a movimentação deveria acontecer apenas na quinta-feira.

Segundo os representantes do jogador, o motivo alegado era a falta de vagas no hospital. Mas no entendimento dos familiares, a falta foi de proatividade dos funcionários do clube, e se deve à desorganização para a prestação de assistência. Os relatos são de que não há uma pessoa específica responsável por dar o auxílio aos parentes do jovens mortos e feridos. A cada demanda dos representantes, incluindo advogados, o clube corre para prover o que foi solicitado, mas o desgaste é apontado como desnecessário.

– O que chateia a gente é ter que estar sempre pedindo, eles tinham que adiantar, ter pessoas para ajudar com cada família. A gente pede a um, pede a outro, até chegar alguém para decidir. O Flamengo queria transferir ele na quinta-feira, dizendo que não ia ter vaga. Teve que brigar, bater o pé, isso que chateia. Correr atrás do Flamengo para resolver as coisas  básicas – conta o advogado da família do atleta, Jonadab Carmo de Sousa.

O Flamengo confirmou neste domingo a transferência de Jhonata Ventura.  O zagueiro ainda tem lesões em cicatrização na face, costas, nos braços e nas mãos, estas com lesões mais graves. Por conta da recuperação lenta, ainda não há conversas sobre indenizações com representantes do jogador, segundo o advogado. Isso deve acontecer a partir dos próximos dias.

– A gente não chegou a falar de valor. Não sabemos ainda se ele vai ficar com alguma sequela permanente. Graças a Deus o rosto dele está perfeito, ia precisar de pigmentação, o braço e as costas devem precisar. A nossa ideia é que ele volte a jogar, que ele seja atleta de futebol. Só vamos saber mais à frente – emendou o advogado da família.

Para atletas com danos permanentes, o Flamengo ofereceu R$ 150 mil de indenização, pensão mensal, educação paga até o ensino superior, além de futuros cargos no clube. A família de Jhonata considera a oferta baixa, mas aguarda o estado de saúde do garoto evoluir para iniciar as negociações.

Procurado pela reportagem, o Flamengo se resumiu a dizer que “não vai entrar em discussão com família nenhuma através da imprensa”.

Fonte: O Globo


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