A sequência de goleadas no início do trabalho de Renato Gaúcho sugeriam um rápido encaixe entre as ideias do treinador e o elenco do Flamengo. Com o passar das semanas, os placares elásticos se rarearam e, mesmo com bons resultados (o último deles o 2 x 0 sobre o Barcelona-EQU na semifinal da Libertadores), paira no ar uma incompletude, a sensação de que falta algo ao supertime que começou a nascer em 2019.

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Não são jogadores. O elenco do Flamengo cresceu em fartura de opções de lá para cá, e as chegadas de David Luiz, Andreas Pereira e Kenedy corroboram isso. O que não existe é a consistência ? de identidade e do nível de atuações ? que se tornou cara ao torcedor.

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É possível ver virtude neste Flamengo camaleônico, moldado de acordo com os adversários e as circunstâncias. Mas também cabe o incômodo pelo descontrole que por vezes toma conta das partidas. O que transforma a reta final da temporada rubro-negra numa roleta russa: com o Brasileirão hoje distante, resta a imprevisibilidade do mata-mata, na Libertadores e na Copa do Brasil. O time de Renato é favorito contra o Barcelona na semifinal da primeira e contra o Athletico-PR, na segunda. Se avançar às decisões, poderá encontrar em ambas um adversário de nível semelhante ao seu: o Atlético-MG.

 

Que Flamengo enfrentará o time de Cuca? Se os resultados forem positivos, as taças tratarão de conferir o status de bem-sucedido ao trabalho. Mas caso o plano de jogo de Renato não funcione, caso a sorte não acompanhe o rubro-negro? o que restará?

A boa notícia é que a imprevisibilidade também pode funcionar a favor do Flamengo. A principal vantagem em se ter um elenco com tantos craques é que o teto é altíssimo, e poucas vezes durante a temporada este time precisa jogar no limite. Se o fizer, tem boas chances de continuar acumulando títulos.