Quem acompanha tênis já está acostumado com a imprevisibilidade das chaves femininas de Grand Slam. Mas nem o chute mais aleatório passaria perto de uma final entre as jovens Emma Raducanu e Leylah Fernandez, que se concretiza neste sábado, às 17h20, em uma partida que já é histórica antes mesmo de começar.

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A canadense Fernandez, de 19 anos e número 73 mundo, e a britânica Raducanu, 18 anos e #150 do ranking, superaram rivais mais velhas, experientes e favoritas em suas jornadas até a decisão em Nova York. Este é duelo mais jovem na final de um Major desde o US Open de 1999, quando Serena Williams, na época com 17 anos, venceu Martina Hingis, de 18.

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Nesta edição, Fernandez derrotou as gigantes Naomi Osaka (#3), Angelique Kerber (#17) e Elina Svitolina (#5), além da atual vice-líder do ranking Aryna Sabalenka. Já Raducanu saiu do qualifying diretamente para a final, se tornando a primeira pessoa na história a conseguir o feito, e deixando pelo caminho nomes como Belinda Bencic (#12) e Maria Sakkari (#18).

 

O embate entre as duas promessas é inédito no circuito. Fernandez já derrotou Raducanu na segunda rodada de Wimbledon em 2018, no torneio de juniores. Três anos depois, uma delas vai erguer o troféu do US Open em pleno Arthur Ashe Stadium, na primeira vez na era aberta em que nenhuma das finalistas é cabeça de chave.

A decisão deste sábado mostra uma revitalização da tradicional escola britânica de tênis, após as glórias inéditas de Andy Murray na década passada. Raducanu tem a chance de conquistar o primeiro título feminino de Grand Slam para a Grã-Bretanha em 44 anos. Ela ainda não possui títulos WTA e joga apenas a sua segunda disputa de Major. Em julho, ela jogou em Wimbledon e caiu nas oitavas de final, após desistir da partida devido uma crise de ansiedade.

Por outro lado, também é uma lição de investimento esportivo que ocorre no tênis canadense, que teve ainda o também jovem Félix Auger-Aliassime nas semifinais masculinas do US Open.