A guinada do Fluminense em direção ao G-4 do Brasileiro vem com sofrimento. O time venceu a lanterna Chapecoense, mas não conseguiu transformar um jogo que se ofereceu em facilidade em uma apresentação empolgante. Pelo contrário, o 2 a 1 veio com bom desempenho nos minutos iniciais, mas uma falta de consistência que explica a dificuldade da equipe em manter a regularidade não só no jogo, como na temporada.
Ao menos, são 25 pontos conquistado e uma sétima colocação que mantém esperanças no trabalho do técnico Marcão. No próximo domingo, o adversário é o São Paulo, no Maracanã.
Para um time que encaminhava uma vitória tranquila em menos de 20 minutos, a postura do Fluminense oscilou bastante. Diante de um domínio inicial incontestável, que terminou com uma pressão sobre a defesa adversária e dois gols, o relaxamento era natural. Mas não por 90 minutos, com direito a perda de protagonismo no segundo tempo e sufoco em quase levar o empate até os acréscimos.
Ainda assim, ficou uma boa impressão para um time que tenta se encontrar na competição. Apesar do adversário frágil, a defesa foi minimamente segura, a começar pelo goleiro Marcos Felipe, e o meio-campo se soltou aos poucos com boa transição ofensiva nos pés de André e Martinelli. Quando a bola chegou ao ataque, a velocidade de Luiz Henrique e a potência de Bobadilla decidiram.
O jovem atacante chegou a ser a principal arma ofensiva pelo lado direito. No gol de Bobadilla, achou espaço pelo setor, e cruzou para o meio da área. Após duas divididas, a bola sobrou para o centroavante substituto de Fred encher o pé ainda aos nove minutos.
A dificuldade de furar o bloqueio da Chape estava superada e o caminho se abriu para mais. Pouco depois, em escanteio cobrado, o próprio Luiz Henrique subiu bem de cabeça. Os donos da casa, então, deixaram a retranca de lado.
A pressão sobre a defesa do Fluminense mostrou a necessidade do cuidado na saída de bola. Em meio a alguns passes errados, a Chape teve duas chances boas, ma Marcos Felipe entrou em cena.
A esta altura o Fluminense já havia perdido Lucca, machucado, e Marcão lançou Caio Paulista. O jovem voltou a ser relacionado após se recuperar de lesão, e não deu a mesma dinâmica pelo lado esquerdo. Com isso, o primeiro tempo terminou com o time se defendendo mais e com menos posse de bola. E a etapa final começou mais complicada ainda.
Reposição sem o mesmo nível
Com mexidas, a Chapecoense se atirou ao ataque de uma vez para tentar igualar o placar. E sem conseguir se impor para matar o jogo, o Fluminense acabou recuando. Novidade, Perotti apareceu na segunda trave para escorar bola desviada após cruzamento, e diminuir. O árbitro de vídeo reviu o impedimento assinalado contra a Chape e deu o gol aos 15 minutos.
Pouco tempo depois, Marcão tirou os autores dos gols do Fluminense e colocou Abel Hernandéz e Nenê. O objetivo claramente era reter mais a bola no ataque. Mesmo que tentasse, o time carioca não conseguia manter o nível de atuação. Novas mexidas entraram em cena, e qualquer organização deu lugar a uma postura desesperadora para evitar as melhores jogadas do adversário. A verdade é que as alterações demonstraram que a reposição de peças no Fluminense não é a ideal. Sobretudo diante de um elenco com alguns desfalques.
Na saída de Luiz Henrique, talento da base que claramente alterna seus momentos, o time perdeu velocidade. Sem Fred e depois Bobadilla, a bola não parou no ataque. O volante André, melhor do time, cansou e pediu para sair. E Wellinton entrou simplesmente para fechar espaços. O Fluminense não abdicou do jogo, simplesmente não teve pernas e elenco para suportar.
Fonte: O Globo