O clássico entre Brasil e Argentina, truncado em campo, será decidido fora dele. A Unidade Disciplinar da FIFA receberá o relatório do árbitro Jesús Valenzuela, da partida que deveria ter acontecido neste domingo, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, e ouvirá todas as partes envolvidas. Durante este processo, é possível que o jogo “termine” sem resultado.

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A definição da partida que escandalizou o futebol mundial pode ir muito longe. A Fifa dará seu veredito após conversar com a CBF, a AFA e a Conmebol. Mas esse será apenas o primeiro passo. Quem se sentir prejudicado com a primeira decisão pode recorrer à Câmara de Recursos da entidade internacional, e as audiêncais serão retomadas. Poderá haver ainda uma terceira instância de recurso: o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), com sede em outra cidade suíça, Lausanne.

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Um especialista em direito desportivo consultado pelo jornal “La Nacion” arriscou um cenário possível: que o resultado da partida se torne “abstrato”. Ou seja, as três instâncias processuais (Unidade Disciplinar da FIFA, Câmara de Recursos da FIFA e TAS) requerem tempo. É mais provável que, quando o último tribunal de apelação for julgado, as eliminatórias sul-americanas já tenham acabado, e que tanto Argentina quanto Brasil consigam se classificar sem problemas como 1º e 2º do continente.

Nesse caso, os três pontos em disputa não mudariam a classificação nem as seleções que buscariam a passagem para o Qatar em 2022. A resolução não teria consequências, assim, o clássico sul-americano caminha para um asterisco que pode durar até o final da competição.