Rebeca Andrade continua fazendo história. A ginasta brasileira conquistou a medalha de ouro e a segunda nos Jogos de Tóquio, colocando de vez o nome do Brasil no topo da modalidade. Rebeca já é a maior ginasta de todos os tempos do país e da América do Sul. A brasileira também é a primeira atleta do país a ganhar duas medalhas numa única Olimpíada.  O pódio veio com 15.083 pontos, após dois saltos de execução difícil.

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A prata ficou com a americana Mikayla Skinner, com14.916,  e o bronze  com a sul-coreana  Seojeong Yeo, 14.733.

Rebeca Andrade conquista a medalha de ouro na ginástica no Ariake Gymnastics em Tóquio Foto: COB
Rebeca Andrade conquista a medalha de ouro na ginástica no Ariake Gymnastics em Tóquio Foto: COB

Rebeca ainda pode conquistar a terceira medalha nesta edição. Na segunda-feira, ela disputa a final do solo e chega como uma das candidatas ao pódio.

? Não foram os meus melhores saltos, mas isso é ginástica. Mas tirei nota suficiente para tirar o primeiro lugar. Estou muito feliz. Agora tenho duas! ? disse Rebeca Andrade, que não coloca expectativas para o solo. ? Espero fazer uma boa apresentação, só penso nisso.

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Se levar mais uma medalha, Rebeca vai se igualar a Isaquias Queiroz, que lidera a lista de maior medalhista brasileiro com três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos, no Rio-2016. Porém, ele não tem medalha de ouro, que é o critério utilizado para definir o desempenho.  Além dele, apenas quatro brasileiros ganharam mais de uma medalha numa única Olimpíada.

Aconteceu pela primeira vez em Antuérpia-1920 com dois atletas: Guilherme Paraense e Afrânio Costa no tiro da pistola livre de 50m. Além disso, cada um levou mais uma medalha: Guilherme foi ouro na pistola rápida de 30m e Afrânio, bronze na pistola livre de 50m.

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Em Atlanta-1996, o nadador Gustavo Borges foi prata nos 200m livre e bronze nos 100m livre. Para completar a lista, César Cielo foi campeão olímpico nos 50m livre e bronze nos 100m livre.

Prova quase perfeita

Rebeca foi a terceira ginasta a se apresentar. Ela abriu sua competição com o elemento Cheng, um dos mais difíceis do código atual com nota de partida 6,000. Foi o salto que lhe valeu 15.400 na classificação do aparelho. Na final, recebeu 15.166 por causa do passo dado na chegada.

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No segundo salto, a brasileira arriscou o “Amanar”, com duas voltas e meia, um dos elementos que mais forçam o joelho, e nota de partida de 5,800. Rebeca é uma das poucas ginastas a reproduzir o salto depois de cirurgia no local. Recebeu a nota 15,000. Na classificação, ela havia feito uma rodada flick com dupla pirueta, que tem nota de partida menor, mas a excelente execução elevou sua nota (14.800). 

A principal concorrente, a americana Jade Carey, errou o primeiro salto, levou nota baixa e saiu da disputa. Restavam as russas.  Principalmente, Angelina Melnikova, que já havia ganhado ouro por equipes e o bronze no individual geral em Tóquio. Mas a russa somou apenas 14.683. Rebeca já era prata.

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Faltava apenas uma. Liliia Akhaimova não fez frente aos saltos de Rebeca. Todos no ginásio já sabiam quem seria o primeiro lugar. Antes mesmo da última russa executar os seus saltos, os cinegrafistas já se posicionavam na frente da brasileira. Em meia lua, para mostrar o exato momento da confirmação do ouro.