A convocação de Vinicius Júnior, de 18 anos, é o símbolo mais recente de uma tendência que permeia a seleção brasileira desde a Copa do Mundo: o rejuvenescimento dos convocados para os setores de meio-campo e ataque.
Por mais que seja algo natural em um reinício de ciclo de Mundial, é preciso pontuar que o técnico Tite já entrou na fase de construção da lista que entende ser a ideal visando à Copa América deste ano. É justamente por isso que a convocação de quinta-feira para os amistosos contra Panamá e República Tcheca, dias 23 e 26 de março, é tão relevante.
Nela, os jogadores de meio e ataque chamados pelo treinador têm uma média de idade de 23,5 anos, a menor entre as cinco convocações recentes ? a da Copa do Mundo e as dos amistosos do segundo semestre de 2018, que tinham como objetivo principal a observação de jogadores.
Geração 2000 em ação
Vinicius Júnior abre a porta para a geração 2000 na seleção (o goleiro Brazão foi convocado apenas com a proposta de dar bagagem para o Sul-Americano sub-20). A convocação do atacante se justifica pelo brilho no Real Madrid. Ainda na primeira temporada, virou titular, joga bem e chamou a atenção do técnico da seleção.
? Se retrocedêssemos à última convocação, ele não estaria. Mas a ascensão e a afirmação numa equipe com exigência técnica e emocional muito alta o credenciaram. Ele tem 26 jogos, isso é considerável. É uma análise de quantidade e qualidade. Eu quero, apesar do pouco tempo, também proporcionar evolução e afirmação a ele ? disse Tite, que fez um alerta aos jornalistas e a si mesmo:
? Muita calma para não criar expectativa em demasia e depois se frustrar.
Vinicius Júnior se junta a outros nomes que ganharam espaço na seleção desde a Copa do Mundo. Entre eles estão Lucas Paquetá, do Milan, e Richarlison, do Everton, ambos de 21 anos, que foram companheiros na seleção sub-20. A relação entre Vinicius e Paquetá é próxima desde os tempos de Flamengo e foi simbolizada por uma postagem nas redes sociais com a seguinte legenda: “E lá vamos nós, do jeito que sonhamos?.
Aposta na mescla
Outro nome que já circulou nas categorias de base da seleção e também foi lembrado é Felipe Anderson, de 25 anos. O meia do West Ham, da Inglaterra, tem uma convocação com Dunga, em 2015, e ganha a primeira chance com Tite. A riqueza de opções para o meio, inclusive, já deixa Tite confortável para projetar mais liberdade a Coutinho.
Embora haja uma onda de juventude na seleção, isso não quer dizer que Tite tenha escanteado a experiência. Mantendo a porta aberta para veteranos como Marcelo, Paulinho, Willian e Renato Augusto, ele deu nova chance a Daniel Alves, de 35 anos. A aposta é na sinergia entre gerações para conquistar o primeiro troféu pela seleção.
*O vídeo acima é um conteúdo produzido por Dugout
Fonte: O Globo